A política nacional não é para amadores. De todos os lados, da direita e da esquerda, vem sempre o mesmo pedido: que a Rússia saia da guerra, seja diplomática etc. Todos estes pedintes são incapazes de acompanhar os fatos e propagandeiam ilusões, para citar alguns exemplos, conforme editoriais de jornais nacionais e internacionais, o Estado de S. Paulo de 26 de janeiro trazia a matéria “Putin está blefando sobre a Ucrânia?”, que relata a tentativa russa de negociar, no entanto o imperialismo americano e europeu preferiu pagar pra ver e não deu a mínima para as reivindicações russas, o que mostrava a tentativa de Putin de tentar dialogar, de ser diplomata. Procurou todos os principais países imperialistas e interessados na questão da Ucrânia, ninguém quis ouvir.
Na semana passada, dia 24, depois de realizar várias tentativas de negociação com os países da Otan, o governo russo através de seu secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, ainda anunciou que o presidente russo, Vladimir Putin, expressou sua disposição de se engajar em discussões com o presidente ucraniano, com foco na obtenção da garantia do status de neutralidade e na promessa de não ter armas em seu território.
Antes que a situação chegasse a esse desfecho, legítimo da parte da Rússia, Putin e o Kremlin tentaram algumas saídas diplomáticas para o impasse da entrada da Ucrânia na OTAN e a implementação do arsenal militar da organização imperialista no país. No entanto, foi o governo dos Estados Unidos que, principalmente, impediu todas as tentativas de acordos diplomáticos, incitando o governo Ucraniano a provocar a Rússia e a atacar as repúblicas de Donbass. Foi o próprio imperialismo que levou a situação a este desfecho. A Rússia, muito habilmente, teve de atacar para se defender, virando o jogo contra o imperialismo.
De acordo com Peskov, estes termos possibilitariam a realização da desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, e eliminariam o que a Rússia atualmente vê como uma ameaça à segurança de seu Estado e de seu povo. “A operação tem seus objetivos – eles devem ser alcançados. O presidente disse que todas as decisões foram tomadas e os objetivos serão alcançados”, continuou Peskov, sugerindo que, se Kiev concordasse em atender às demandas, o atual ataque militar à Ucrânia poderia ser cancelado.
Nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, Putin instigou uma “operação especial” na Ucrânia, com o suposto objetivo de “garantir a paz” nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass. Atendendo inclusive ao pedido dos líderes das repúblicas de Lugansk e Donetsk que fizeram denúncias nos últimos dias de ataques em seu território pelo exército ucraniano.
O governo russo deliberou reconhecer as repúblicas separatistas do Donbass e declarou ter como objetivos em relação ao conjunto da Ucrânia: 1) liquidação da tentativa da organização militar imperialista OTAN de militarizar a Ucrânia, 2) liquidação da presença da OTAN na estrutura militar ucraniana, 3) a desnazificação da Ucrânia, 4) proteção das repúblicas separatistas diante dos ataques das milícias nazistas e das forças regulares da Ucrânia.
Para a consecução destes objetivos as forças armadas russas ocuparam toda a região de Donbass, onde ficam as Repúblicas de Donetsk e Lugansk e destruíram 74 alvos militares das forças armadas ucranianas.
Aos que colocam que agora Vladimir Putin deveria recuar, deveriam eles fazer uma séria reflexão sobre todo o investimento realizado pelo imperialismo norte americano na região, colocando um governo nazi-fascista que desde o início usou da violência mais covarde a que os invasores, muito bem armados, melhor posicionados e por serem financiados pelo imperialismo, economicamente superiores, submeteram importantes parcelas dos habitantes da Ucrânia. Isso foi o imperialismo invadindo um país e cometendo as maiores atrocidades com a ajuda dos governantes locais, colocados lá com os mesmos artefatos vistos no Brasil, que levaram a colocação da direita e da extrema direita no controle da situação contra o povo.
A esquerda passou anos reproduzindo uma ideologia de preconceitos pacifistas difundida pelos invasores, que querem assassinar sem que haja reação, se encontra neste momento perdida chegando até mesmo a tomar partido do governo nazista de Kiev.
Como disse o famoso militar prussiano especialista em estratégias de batalhas e autor do mais famoso tratado sobre o tema da guerra no Ocidente: “Da Guerra”, ou “Sobre a Guerra” (do alemão Vom Kriege), publicado em 1832. Clausewitz ficou conhecido por uma definição de guerra que foi largamente difundida: “A guerra é a continuação da política por outros meios”. Declarar oposição à violência “em geral” é tão sem sentido e utópico quanto declarar oposição à política “em geral”.
A questão central que se coloca no conflito é o enfrentamento entre um país atrasado, oprimido e o imperialismo. Contra o imperialismo não há guerra de agressão, o imperialismo é a ditadura mundial. Na verdade, toda a guerra onde está o imperialismo é uma guerra de agressão contra o outro país.
Outra alegação é o de que a Rússia seria um país imperialista. Sem dominação econômica não existe imperialismo, este é um erro crucial da esquerda pequeno burguesa, a economia da Rússia é baseada na exportação de matérias primas brutas, a base principal de sua economia é a exportação, fato que por si só já a retira de qualquer possibilidade de ser imperialista. A Rússia é o segundo maior exportador de Petróleo do mundo, ou seja, exporta matéria prima, a definição de país subdesenvolvido é país exportador de commodities, já a definição de país imperialista determina que estes são países altamente industrializados. Onde está então o imperialismo russo?
Para nós e para a classe operária mundial não resta dúvida, a derrota do imperialismo mundial enfraquece todas as burguesias e fortalece a classe operária internacional. Se a burguesia nacional russa entra em confronto com o imperialismo, e mais, se sai vitoriosa toda a classe burguesa fica mais fraca e debilitada.
Todo apoio à Rússia que reage às ameaças e ataques do imperialismo! Todo apoio às repúblicas do Donbass, pela autodeterminação dos povos! Abaixo o governo ucraniano, fantoche do imperialismo mundial! Fora OTAN da Ucrânia! Todos às ruas no próximo dia 01/03, na defesa da Rússia contra o imperialismo.





