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Crise energética

Agência alerta: Alemanha não tem gás para passar o inverno

Sanções imperialistas contra a Rússia continuam a assombrar o povo na Europa

Klaus Mueller é o Chefe da Agência Reguladora da Alemanha, órgão governamental que exerce o papel de fiscalização, regulamentação e controle de produtos e serviços de interesse público como telecomunicações, energia elétrica, gás, entre outros.

Em entrevista ao Bild am Sonntag, jornal nacional alemão mais vendido no país e publicado em Berlim, fez um alerta dizendo que “Os tanques de armazenamento de gás estão quase 65% cheios. Isso é melhor do que nas semanas anteriores, mas ainda não é suficiente para passar o inverno sem gás russo”.

Ele também lembrou que o Nord Stream 1 (uma série de gasodutos para transporte de gás natural. O Nord Stream 1 transporta 55 bilhões de metros cúbicos (bcm) por ano de gás da Rússia para a Alemanha sob o Mar Báltico), está em manutenção.

A Rússia fechou o Nord Stream 1 no dia 11/07/2022 para manutenção programada, que inclui testes de componentes mecânicos e sistemas de automação. A manutenção tem previsão de 10 dias. No entanto, existe uma apreensão dos europeus se o fechamento não será prorrogado como pressão do governo russo. Klaus coloca: “Agora depende muito se e quanto gás fluirá pelo gasoduto após a manutenção”. 

Isso é uma consequência direta das sanções impostas pelos EUA sobre a Rússia, as quais a União Europeia (UE) se submeteu, mesmo correndo risco de ficar desabastecida do gás russo e com elevação dos preços do gas, petróleo e alimentos, que está causando inflação recorde desde 1999. A previsão para 2022 é de 8,3% na UE e 7,6% na zona do euro.

Finalmente, a Europa não tem condição de sustentar essas medidas, algo que tem resultado na queda de inúmeros governantes europeus. O primeiro foi o 1º Ministro Inglês Boris Johnson que, no dia 12/07/22, pressionado pela inflação mais alta em 40 anos foi tirado do governo na Inglaterra.

Na sequência, o 1º ministro da Itália, Draghi, anunciou sua renúncia no dia 14/07/22, após o maior partido da coalizão de seu governo, o Movimento 5 Estrelas, boicotar uma moção de confiança parlamentar sobre seus planos para enfrentar o crescente custo de vida na Itália, argumentando que as políticas públicas foram insuficientes.

Na França, além da inflação preliminar chegar a 6,5% em junho, cuja previsão para 12 meses era de 6,3%, Macron passa pelo escândalo da Uber. Documentos vazados para o The Guardian revelam que Macron, quando era ministro da economia antes de ser eleito, no governo François Hollande, realizou uma operação semiclandestina com a multinacional Uber para passar por cima dos taxistas franceses e legalizar a empresa no país. Ele, também, está na lista.

Ao que tudo indica, o próximo é Scholz, da Alemanha.

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