Os trabalhadores da luta pela terra do MST de Brazlândia, cidade localizada no entorno de Brasília, estão mobilizados contra a ação dos grileiros, diga-se, os grandes fazendeiros da região, que tentam a todo o custo despejar os trabalhadores com o avanço da grilagem de terra.
O acampamento dos Trabalhadores Sem Terra, Noelton Angélico, às margens da BR-080, que abriga cerca de 150 famílias, realizaram, no dia 29 de janeiro, com o apoio da Central Única dos Trabalhadores do DF e outros Movimentos Populares da região, ato em defesa das famílias que lutam pelo direito à terra na região.
Segundo informações do dirigente de Direitos Humanos do MST do DF, Márcio Heleno, o local do acampamento pertence ao INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), ou seja, são terras pública que teriam sido griladas por grandes empresários na área do agronegócio e da grande indústria de alimentos representados, como a JBS.
Nas mesmas informações, o dirigente do MST afirma que em 2017, o “Incra já havia emitido uma portaria administrativa que tornou nulo os títulos de domínio emitidos anteriormente em favor dos fazendeiros da região por descumprimento das cláusulas para a permanência na terra” (site CUT/DF 01/02/2022)
Mas, no dia 11 de janeiro, o juiz federal, Bruno da Silva, se posicionou favorável aos capitalistas grileiros e declarou que os títulos de domínio são válidos e estão vigentes e que a posse está no domínio da área estão com os latifundiários e não com o Incra.
Nesse sentido os trabalhadores Sem Terra e suas famílias se mobilizaram com o objetivo de resistir aos ataques dos latifundiários e seus lacaios na justiça brasileira.
Sempre é bom lembrar que, com o golpe de Estado de 2016, aumentou consideravelmente a violência no campo e a ofensiva reacionária da direita fascista no campo. Os números são assustadores. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os episódios de violência nunca foram tão altos, e os números são os maiores dos últimos 35 anos. Foram registradas 2.054 ocorrências em 2020, um aumento de 89% em relação a 2019 que, inclusive, já foram muito altos.
A luta dos companheiros do acampamento, Noelton Angélico, não deixa dúvida que há uma disposição muito grande dos trabalhadores do campo de lutar contra os latifundiários e seus governos, tanto na esfera federal, quanto estadual.
E nesse sentido, é necessário intensificar as mobilizações em defesa dos trabalhadores sem terra. Organizar as demais categorias de trabalhadores em defesa dos direitos dos sem terra. Lutar pela palavra de ordem que unifica toda a classe trabalhadora que é o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Lula Presidente, por um governo dos trabalhadores. Organizar a formação de comitês de luta em todos os acampamentos e locais de trabalho, para por em prática a luta contra a direita reacionária golpista.