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Liberdade de expressão!

Abaixo a ditadura do cancelamento promovida pela burguesia

Caso Monark foi apenas uma desculpa para iniciar uma campanha de caça às bruxas contra a liberdade de expressão, principalmente na Internet

Há uma semana, o caso envolvendo Monark e sua fala sobre a legalização de um partido nazista no Brasil repercutiu em basicamente todas as partes da imprensa. De um lado, aqueles que defendem a censura e, do outro, os que defendem a liberdade de expressão irrestrita (infelizmente, uma ínfima minoria dentro da imprensa e dos políticos, mesmo da esquerda). Desde então, novos desdobramentos foram surgindo com o passar dos dias, uma evolução dos fatos com rapidez surpreendente.

Brevemente, a escala dos acontecimentos foi a seguinte: Monark, em um episódio do podcast Flow, ao lado de Kim Kataguiri e Tábata Amaral, defendeu que deveria ser permitida a legalização de um partido nazista no país. Em seguida, após pressão de seus patrocinadores, Monark foi demitido e desligado do programa. Depois de sofrer uma onda de calúnias e ataques tanto por parte da imprensa burguesa, como também por parte da esquerda e da extrema-direita, a Procuradoria Geral da República (PGR) abriu uma investigação contra o apresentador e Kim Kataguiri, que em um primeiro momento concordou com Monark. Ademais, parlamentares da direita e da esquerda pediram a cassação do mandato do deputado do DEM. Um verdadeiro circo pegando fogo.

Dentro de todo esse cenário, diversas figuras da política nacional utilizaram a situação para empurrar uma política repressiva para a população, pagando de “bons moços” em uma batalha sangrenta (totalmente falsa) contra o fascismo. Nesse sentido, cabe avaliarmos brevemente quem se declarou a favor da censura e o que isso representa para a política brasileira.

Senado Federal

Mais recentemente, o Senado Federal, com toda a demagogia do mundo, realizou uma sessão solene em homenagem às vítimas do holocausto. O evento contou com a participação do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar, do presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg e de demais figuras que representam, fundamentalmente, verdadeiros carrascos do povo brasileiro.

A “humanista” família Bolsonaro

Boa parte dos integrantes da família Bolsonaro se aproveitou do ocorrido, expondo duros ataques a Monark e ao Flow

Jair Bolsonaro, presidente fascista, publicou uma mensagem em suas redes sociais comentando o ocorrido:

 “A ideologia nazista deve ser repudiada de forma irrestrita e permanente, sem ressalvas que permitam seu florescimento, assim como toda e QUALQUER ideologia totalitária que coloque em risco os direitos fundamentais dos povos e dos indivíduos, como o direito à vida e à liberdade”, disse o golpista, aproveitando para atacar, também, o comunismo.

Seguindo os passos do pai, Eduardo Bolsonaro, Deputado Federal em São Paulo, aproveitou a campanha para evidenciar o seu projeto de lei que, além de criminalizar o nazismo, como a esquerda bem pensante gostaria, também criminaliza o comunismo. Afinal, essa “luta” toda contra o nazismo, não passa na verdade de uma grande desculpa para atingir o verdadeiro alvo do Estado: a esquerda.

Os democráticos ministros do STF

Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, figuras adoradas pela esquerda pequeno-burguesa, que os adotou como verdadeiros gurus da democracia, não podiam ficar de fora dessa farra.

Primeiro, foi Gilmar que, fingindo estar muito preocupado com a ascensão do nazismo, disse em sua conta no Twitter:

“Qualquer apologia ao nazismo é criminosa, execrável e obscena. O discurso do ódio contraria os valores fundantes da democracia constitucional brasileira. Minha solidariedade à comunidade judaica.”

Em seguida, foi a vez do “Skinhead de toga” expor a sua demagogia:

“A Constituição consagra o binômio: liberdade e responsabilidade. O direito fundamental à liberdade de expressão não autoriza a abominável e criminosa apologia ao nazismo”, disse o fascista.

A imprensa golpista

Propagandeando toda essa mobilização, a imprensa burguesa teve papel chave na criação de um clima pseudoantifascista, campanha que não passou, na realidade, de uma dura perseguição. Diversos veículos, como a Folha de S.Paulo, o Estadão, O Globo e mais, publicaram reportagens impulsionando a política de que “toda liberdade de expressão tem limites”. Só é possível encontrar algo mais reacionário do que esse tipo de ideologia no próprio Mein Kampf…

Os patrocinadores “filantrópicos” do Flow

Como mencionamos no início deste artigo, o primeiro setor a exigir uma punição severa contra Monark foram os patrocinadores (alguns ex-patrocinadores) do Flow. Uma busca simples mostra que, ao contrário do que procuram pintar, este grupo é um exemplo do que há de fascista no neoliberalismo. Afinal, é composto por uma empresa de prostituição, a Fatal Model, e a Puma, que teve suas origens no nazismo de ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Hitler!

Ou seja, fica mais do que claro que, ao contrário de espontâneo, o que ocorreu contra Monark representou uma campanha muito bem orquestrada pela burguesia que contou com o apoio de seus mais diversos setores. E mais, não só a burguesia nacional, como também o imperialismo por meio das declarações das empresas internacionais que patrocinavam o Flow.

A esquerda pequeno-burguesa, imbuída de uma ingenuidade política histórica, fica a reboque da política capitalista assim como o fez em outros momentos, resultando em posições profundamente reacionárias. Não é à toa que a campanha contra Monark uniu um verdadeiro oceano político, desde esquerdistas até a extrema-direita brasileira. Essa é a “frente amplíssima” concretizada!

Os capitalistas defendem a censura contra Monark não por estarem preocupados com o fascismo – até porque eles próprios são os fascistas. Uma hora ou outra, utilizarão este exemplo contra os trabalhadores e sua vanguarda, algo que começa a ficar claro com declarações como a de Eduardo Bolsonaro. Acima disso, é uma ideia já muito bem assimilada pelo marxismo, sintetizada em uma poderosa frase de Trotsky:

Nas condições do regime burguês, toda supressão dos direitos políticos e da liberdade, não importa a quem sejam dirigidos no início, no final inevitavelmente pesa sobre a classe trabalhadora, particularmente seus elementos mais avançados. Essa é uma lei da história. Os trabalhadores devem aprender a distinguir entre seus amigos e seus inimigos de acordo com seu próprio julgamento e não de acordo com as dicas da polícia.

Temos aqui, portanto, a construção de uma verdadeira máquina de guerra que a burguesia prepara para as eleições presidenciais do final de 2022. Ademais, pelos indícios citados acima, se trata de uma campanha ainda mais pesada do que foi a Lava Jato, uma vez que, fundamentalmente, ataca toda a população. É um ataque que provavelmente se voltará contra Lula este ano e contra toda a esquerda e o povo a médio-longo prazo.

Afinal de contas, Lula já foi preso ilegalmente baseado em uma decisão que começou sob o pretexto de “combate à impunidade”. Este ano, ocorrerão as eleições mais polarizadas em décadas. Ou seja, se antes não o fez, por que a burguesia jogaria limpo agora?

Exemplo claro disso é a movimentação em torno do serviço de mensagens Telegram. Sob o pretexto de combate às chamadas fake news, a Justiça Eleitoral, demonstrando seu caráter ditatorial, trava uma batalha incansável contra o aplicativo russo buscando sua proibição no Brasil.

O mais cínico de tudo é que o ministro Barroso, chefe dessa operação, coloca as fake news nas costas do bolsonarismo, como se ele próprio, ao lado da imprensa burguesa, não houvesse participado de um dos processos golpistas mais fraudulentos da história do país!

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Voltando para a questão do Telegram, apesar de lembrar o norte-americano WhatsApp, o serviço de mensagens russo possui uma diferença fundamental: possibilita ainda mais liberdade por parte do usuário, impedindo, em grande escala, a imposição da censura e do controle por parte dos monopólios de comunicação.

Finalmente, o principal alvo de toda essa operação é a internet. Isso decorre do fato de que a internet democratiza o acesso à informação, algo que vai na contramão do controle informacional que a burguesia procura aplicar sobre o povo. 

Há algumas décadas, todo e qualquer conhecimento estava restrito ou à imprensa capitalista, ou à academia reacionária ou aos livros, que eram de difícil acesso. Com a internet, isso mudou completamente. Praticamente todo o conhecimento da humanidade está a apenas alguns cliques de distância, inclusive aqueles que comprovam factualmente a manipulação ideológica do imperialismo.

À título de exemplo, temos as revelações exclusivas que este Diário fez sobre o esquema Boulos-Warde-IREE. Sem a internet, tal feito seria estupidamente mais difícil, necessitando de uma mão de obra e de um capital muito superior quando comparado aos dias de hoje.

Abolir de uma vez por todas o crime de opinião

É exatamente por isso que a burguesia quer acabar com a internet, as fake news são ainda mais um pretexto para tal. Da mesma maneira que a pretensa luta contra o nazismo é, também, uma armadilha contra a liberdade de expressão. No final, pau que bate em Chico, também bate em Francisco.

Além disso, é algo que já aconteceu no passado, não precisa de grande imaginação para encontrar a pegadinha aqui. Em 2006, por exemplo, o STF bloqueou brevemente o YouTube em todo o país após ter vazado um vídeo íntimo da modelo Daniela Cicarelli. Anos depois, em 2015, pelo menos três decisões judiciais foram expedidas por juízes de primeira instância ordenando o bloqueio do WhatsApp no Brasil.

É, portanto, imprescindível que, para impedir ainda mais uma etapa do golpe, toda a esquerda se coloque firmemente e irrevogavelmente contra todo e qualquer tipo de censura. Os monopólios da comunicação estão nas mãos da burguesia e, por conseguinte, toda e qualquer restrição pesará sobre as costas dos instrumentos de comunicação da classe operária, como é o caso da internet.

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