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É assim que se faz

A vitória e as importantes lições de uma greve vitoriosa

Com greve e mobilizações de rua,  professores, servidores e outros trabalhadores derrotam governo direitista de Florianópolis e conquistam importantes vitórias

Terminou na última quarta (dia 16), a greve dos professores da rede municipal e servidores de Florianópolis e trabalhadores da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap) – responsável pela coleta de lixo -, após assembleia geral, que durou sete dias e garantiu importantes reivindicações.

Entre as conquistas da greve estão o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), interrupção das terceirizações e pagamento do plano de carreira e do Piso Salarial Nacional dos Professores.

A greve unificada dos trabalhadores da limpeza pública, educação, saúde e assistência social da capital catarinense criou uma enorme agitação na cidade e derrotou o governo direitista do prefeito Gean Loureiro (União Brasil), obrigando-o a atender reivindicações da categoria.

Conquistas

Para os trabalhadores da Comcap, a greve garantiu a renovação do acordo coletivo até novembro, também ficou estabelecido que a coleta terceirizada ficará restrita às regiões em que atuam hoje e o governo terá que tirar as terceirizadas de algumas regiões da capital (Barra da Lagoa e Ratones).

Segundo o Sintrasem, Sindicato, que reúne todos os trabalhadores da prefeitura, menos os profissionais do magistério, a categoria conquistou uma reivindicação antiga: o pagamento da primeira parcela do Plano de Carreira, que virá junto com o próximo salário.

Uma importante conquista foi arrancada para os trabalhadores da Educação: todos os professores da rede municipal irão receber o valor do Piso Nacional de R$3.845,63 em seu salário-base. O pagamento será feito já na próxima folha. Também ficou estabelecido que as promoções voltam a ser pagas, já com previsão orçamentária.

Cresce a mobilização

A combativa greve representou um importante avanço na mobilização dos servidores, no momento em que há uma tendência de luta diante da inflação e da crise que atinge todos os trabalhadores, mas que se vê contida pela política da maioria das direções sindicais paralisadas, inclusive, com os sindicatos fechados em muitos casos, quando os servidores já tiveram que voltar ao trabalho.

A greve enfrentou as ameaças e as tentativas de criminalização do movimento feitas pelo governo, inclusive com pedido de prisão dos responsáveis pela greve no Tribunal de Justiça. A paralisação terminou com a garantia de que ninguém poderá ser punido, ter descontos no salário ou ser demitido por ter participado da mobilização.

É preciso generalizar a mobilização, seguir o exemplo dos trabalhadores de “Floripa”, bem como da recente greve dos professores de Fortaleza (que também arrancou os 33,24% do piso) e dos educadores de Teresina, há mais de uma semana em greve, pois só através da mobilização, nas ruas, os servidores e demais trabalhadores vão conquistar suas reivindicações.

Por um Dia Nacional por 33,23% para todos

É preciso ampliar essa luta que, só não é maior por conta da política de paralisia das direções sindicais, muitas das quais sequer reabriram suas sedes e retomaram suas atividades ou voltaram a fechá-las, quando nós trabalhadores da Educação estamos de volta às aulas em todo o País.

É preciso que os setores mais conscientes dos professores, além de impulsionar as mobilizações em curso, exijam a convocação de assembleias e atos em todos os sindicatos para aprovar um plano de lutas pelos 33,24% para todos e pelas demais reivindicações da   categoria.

A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação) e os poderosos sindicatos da Educação (como a APEOESP, Sepe/RJ, Cepergs, APP, Sinpeem, Sind-UTE/MG etc.) precisam sair da paralisia e organizar uma greve nacional da Educação, começando por uma paralisação nacional de 24 horas.

É preciso opor-se à política de derrotas da maioria das direções de esperar pelas iniciativas dos próprios governos ou parlamentos dominados pela direita ou por inúteis (e quase sempre desfavoráveis) decisões judiciais.

O piso é o mínimo que os professores de todo País devem receber. Nas cidades e Estados em que o piso seja superior, é preciso mobilizar pela reivindicação de reajuste de todos os salários em 33,24%, para quebrar o arrocho salarial, como parte da luta pela reposição de 100% das perdas. Caso contrário, a política reacionária que impera entre a maioria dos governantes vai usar o piso como pretexto para rebaixar os salários dos professores que ganham acima do piso.

Um dia nacional de paralisação deve ser o ponto de partida para impulsionar uma grande mobilização nacional.

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