A Strategic Culture apresentou um mapa atualizado sobre a atuação econômica de Putin contra o imperialismo.
A Rússia, país majoritariamente exportador de commodities, conforme gráficos de complexidade econômica do Observatório da Complexidade Econômica , não pode ser considerado imperialista. Os gráficos abaixo podem ser consultados no link, onde é possível entender as características da economia russa.
De acordo com Lênin, a concentração da produção e os monopólios são centrais para compreender o processo que leva o imperialismo. Trata-se efetivamente de uma questão de Poder onde Estados opressores defendem suas posições por intermédio da escala de produção na esfera industrial, onde se pode controlar os meios e o trabalho.
Apesar das commodities dependerem de uma organização de circuitos produtivos, os equipamentos necessários para extração e exportação não são totalmente fabricados na Rússia, dependendo, em grande medida, dos países industrializados, especialmente os países imperialistas. Apesar da indústria russa ter se fortalecido durante o governo Putin, os números revelam que a Rússia ainda está distante dos monopólios e da concentração de capital na escala internacional.
Embora o enunciado deste artigo apresente a reação de Putin, essa reação desencadeia num curto circuito em países opressores que estejam sob a aba dos monopólios, como é o caso da Coreia da Sul e até a Albânia, país um pouco mais acima economicamente que a Ucrânia. A Rússia manteve a relação com diversos países oprimidos pelo imperialismo, que procuraram manter o equilíbrio, apesar da tentativa de sabotagem da imprensa capitalista internacional.
Outra elemento apresentado por Lênin para demonstrar o funcionamento do imperialismo é o papel dos bancos como intermediários do sistema de pagamento internacional. A Rússia tenta reagir às sanções ao sistema Swift, às bandeiras de pagamento como Visa, Master Card e American Express, com a compra de ouro, novas formas de pagamento eletrônico, porém isso não é suficiente para classificar a Rússia de imperialista pelo fato da Rússia não conseguir estabelecer bancos e sistemas de pagamentos na escala mundial. A grande jogada da Rússia foi forçar o pagamento do seu gás e outras commodities com rublos, sem dúvida a melhor forma de pressionar pelo fim das sanções, mas insuficiente para organizar uma “hegemonia” em torno do país eurasiático.
Essa reação da Rússia é para não cortar o circuito produtivo necessário à sua manutenção básica. É possível observar nos gráficos da Complexidade Econômica, que a Rússia importa capitais necessários à sua estrutura produtiva, o que coloca o país na lista de países oprimidos pelo capitalismo. A Rússia não exporta capitais suficientes para coloca-la em uma posição de dominação. Apesar de ter constituído um aparato militar que coloca a Rússia como a segunda maior potência militar, grande parte de sua indústria militar depende de semicondutores, muitos deles oriundos de países imperialistas. Apesar de a China ser parceiro comercial, a guerra econômica no setor passa também pelo domínio do sistema de pagamento imperialista e também por partes de componentes que não são exclusivos da China.
Por fim, Lênin alerta para a crise do capitalismo e o parasitismo dos monopólios. Nem mesmo a atuação da Rússia na Eurásia com a implantação das Novas Rotas da Seda, coloca a Rússia como “dominante” ou opressor no continente. É possível observar claramente no site da OEC, que os parceiros comerciais mais importantes são os países da Europa, China, Estados Unidos, Japão e seguem os demais, o que demonstra como a o Poder do imperialismo (exceto a China, que não é imperialista).
Enquanto a guerra na Ucrânia segue, a Rússia vencendo na base da estratégia e defesa, o capital especulativo continua comprando e vendendo dólares, petrodólares, ouro, yuans entre outros meios de troca. Na crise, a guerra promovida pelo imperialismo, segue em sua sanha especulativa lavando os territórios de sangue, mas operando velozmente para fortalecer os monopólios, que não estão localizados na Rússia.
Rússia responde ao imperialismo, porém para defender seu território. A determinação dos russos deve ser exemplo para os países oprimidos, que necessitam urgentemente se espelhar na determinação e enfrentamento, a fim de garantir um futuro melhor para as gerações futuras. A Rússia segue vencendo e demonstrando que é possível enfrentar o imperialismo.