O presidente fantoche da Ucrânia, V. Zelénski. Foi ontem (21.12.2022) a Washington, nos Estados Unidos, pedir ao Congresso norte-americano para que não deixe de enviar armas e dinheiro para o país combater os russos malvados.
Não adianta. É um saco sem fundo.
Não vamos entrar aqui no problema do novo congresso, que assumirá, no começo do ano no país. A renovação colocará na câmara baixa uma maioria de republicanos, normalmente contrários a esse tipo de ajuda financeira. Vamos apenas tratar do quanto tal ajuda seria útil para a Ucrânia.
Tratemos dos números. Sabemos que a Ucrânia já perdeu a maior parte de seus efetivos. Mas ignoremos esse fato, por enquanto. Vamos analisar a guerra como se ela estivesse começando hoje.
O exército russo, na hipótese mais conservadora, seria três vezes maior que o da Ucrânia no campo de batalha. Suponhamos, porém, que os Estados Unidos auxiliem a Ucrânia com tecnologia capaz de dar a ela uma superioridade de fogo de seis para um. Ou seja, para cada ucraniano morto, a Rússia perde seis homens.
Para efeito de cálculo, imaginemos uma troca direta de tiros, colocando os dois exércitos por inteiro no campo de batalha. A Rússia dispara 300 mil vezes. Como o efeito de seus disparos é de um para seis, eliminará apenas 50 mil ucranianos. Do outro lado, os ucranianos, com tecnologia superior, eliminarão um russo em cada disparo; 100 mil russos.
Sobraram, do lado russo, 200 mil homens; do lado ucraniano, 50 mil.
Nova troca de tiros. Os russos perdem 50 mil homens (um tiro, um morto); os ucranianos perdem 33 mil mortos (seis tiros, um morto).
Sobraram 150 mil russos e 17 mil ucranianos. Nova troca de tiros e o exército ucraniano é dizimado por inteiro e o russo continua com, aproximadamente, a metade do que tinha.
Para que houvesse uma superioridade ucraniana com ajuda tecnológica, essa ajuda teria de dar ao exército ucraniano uma superioridade maior do que 10 para um.
Mas o que conta, no campo de batalha, não é a arma, mas quem a maneja, o efetivo.
Então, alguém perguntará: Por que a guerra ainda não terminou a favor da Rússia? É que a Ucrânia tem a vantagem do terreno. A posição defensiva é, quase sempre, favorável. O atacante só tem um movimento: para frente. O defensor tem três: avançar, para e recuar. É por esse motivo que existem outras estratégias como o ataque pelos flancos e a guerrilha, que permitem manobras tanto ofensivas quanto defensivas, aumentando a dinâmica do combate.
Uma outra pergunta que poderá ser feita: Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão e o Iraque e, em pouco tempo, derrubaram o governo desses país e tomaram o poder ali. Por que a Rússia demora tanto? Nisso não demonstra a superioridade dos estados Unidos sobre a Rússia em termos de armamento?
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos não respeitou nenhum princípio de guerra. Foi usado um armamento pesado que foi destruindo tudo o que encontrava pela frente. Não houve nenhum cuidado em se preservar a vida das pessoas. Se a Rússia usasse a mesma tática ofensiva que foi usada no Iraque, a guerra já havia acabado.
Trata-se de ações militares diferentes. No Iraque, os Estados Unidos e seus aliados da OTAN queriam o petróleo do país. O que a Rússia pretende na Ucrânia é a derrubada do governo. Mas aproveita-se das medidas que foram tomadas contra ela para favorecer sua posição globalmente.
A interferência na guerra dos países europeus e dos Estados Unidos, até agora, logrou apenas debilitar a Europa. A Ucrânia já está destruída. E o hemisfério norte, há dois dias, entrou no inverno. Quem tem gás vive; quem não tem morre.
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*As opiniões dos colunistas não expressam, necessariamente, as deste Diário.