Andrew Mitchell, ministro de estado para questões de ajuda do gabinete de relações internacionais (equivalente ao cargo de ministro de relações exteriores no Brasil) , recém nomeado pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, disse a parlamentares que a Inglaterra não é mais uma superpotência no campo do desenvolvimento e na ajuda internacional. Sob o seu comando, a Inglaterra cortará 30% do seu orçamento para programas bilaterais que envolvam quaisquer países, uma redução que para qualquer programa do governo da sexta maior economia mundial é astronômica.
É importante entendermos a situação atual da Inglaterra, que já foi a mais poderosa representante do imperialismo, e que hoje está entrando em recessão e caí de posição nas maiores economias mundiais de quinto para sexto lugar, cedendo espaço para a Índia, que já foi sua colônia, fato esse que certamente estremeceu e irritou tanto os quadros governistas, quanto a população, que vê a economia de seu país minguando. O Ministro Andrew afirmou que apenas durante esse ano, o país recebeu duzentos e setenta mil refugiados, principalmente vindos da Ucrânia, Afeganistão e Síria, gastando cerca de 3 bilhões de libras esterlinas em assistência, pagando por viagem, alimento e acomodação .
Por seguir as aventuras tresloucadas e as ordens norte americanas, o país, na forma de seus representantes neoliberais, se envolveu na maioria dos conflitos militares recentes. A guerra da Ucrânia mergulhou a Inglaterra numa crise energética gigantesca, que também se traduz numa enorme crise econômica.
A situação tende a piorar. Basta ver que Boris Johnson e Liz Truss perderam os seus cargos de primeiros-ministros por tentarem seguir a política geral do imperialismo de enfrentamento com a Rússia, mesmo dependendo de suas exportações de gás e petróleo, e impondo sanções específicas a esses setores. A política inglesa continua se agarrando ao seu passado, porém já perderam as suas colônias, e têm perdido influência nos países do sul global com a atual crise generalizada do imperialismo. Está cada vez mais difícil simplesmente explorar as riquezas alheias para cobrir os rombos orçamentários e tentar reduzir a crise deixada por burgueses parasitas e operações militares agressivas. Logo, a situação tende a se tornar cada vez mais radicalizada com o acentuamento da crise no Reino Unido.