O povo negro possui um vasto histórico de lutas no mundo inteiro, principalmente aqui no Brasil, onde a maioria da população é negra. No entanto, em muitos casos, as conquistas não são contadas de forma satisfatória, quando não são contadas a partir de um ponto de vista equivocado, desviando-se dos verdadeiros interesses e direitos reivindicados há tempos pelos negros. A partir disso, o coletivo de negros João Candido, do Partido da Causa Operária (PCO), lançou uma revista para abordar, sob um ponto de vista revolucionário, a importância e o significado da mobilização dos negros, destacando a diferença que isso fez ao longo dos anos.
Em defesa da política seguida pelo Partido e destacando medidas que realmente são de relevância para os negros no Brasil e também no mundo, as edições da publicação abordam os motivos pelos quais a polícia deve ser extinta e como a censura, que segue com força no cenário político atual, pode prejudicar as lutas da população negra. Uma edição, inclusive, tratou da perseguição a um dos coordenadores do coletivo do partido, o companheiro Juliano Lopes, que chegou a ser processado por Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) acusando-o de crime de opinião.
Além disso, também são abordadas questões políticas em países, com maioria negra, que sofrem com graves crises políticas e econômicas, como o Haiti, e países da África, todas nações oprimidas por interesses do imperialismo.
A publicação também traz personalidades ilustres da história e da cultura negra, tais como Zumbi dos Palmares, o poeta Castro Alves, e Pelé, o rei do futebol, além das notícias mais recentes sobre a organização do povo para seguir reivindicando seus direitos. O debate ao redor do identitarismo também é um tema recorrente. O quanto a política identitária atrapalha a luta e as verdadeiras reivindicações é tratado e analisado em profundidade nas matérias da revista.
Há uma edição também que expõe sobre como foi uma Conferência de Negros. O evento aconteceu no Jacarezinho, no Rio de Janeiro, lugar que foi cenário de uma das maiores chacinas promovidas pela polícia no estado. Outra publicação também expõe a relação da CIA, agência de inteligência norte-americana, com a política identitária e como é a questão do negro nos Estados Unidos, assim como a ligação do marxismo com essa luta.
A revista do coletivo de negros João Candido, que já teve 25 edições, pode ser adquirida com qualquer militante do PCO. As reuniões do coletivo acontecem todos os sábados, às 14h.