A nova série especial Arte e Revolução que vai ao ar na COTV todas as terças às 19 horas, chega ao seu terceiro episódio. O tema desta vez foi a “Esquerda no Movimento Modernista”, representado principalmente nas figuras de Oswald de Andrade.
O poeta e escritor, que na sua primeira fase era um pequeno especulador do Café, termina sua trajetória como militante do partido comunista, e nesse percurso nos brinda com brilhantes obras e contribuições para a cultura nacional.
O programa é apresentado por Henrique Áreas, conduzido por Rui Costa Pimenta e tem a participação do professor Antônio Vicente. Entre outros conteúdos inerentes ao tema, a aula mostra a importância dos manifestos “Pau-Brasil” e “Antropofágico” fazendo comparações entre ambos e evidenciando seu caráter revolucionário. O Modernismo brasileiro, que inicia oficialmente em 1922, num primeiro movimento de revolta, liquida com a herança literária e estética anterior, inaugurando um novo período que vai culminar na Revolução de 30.
O episódio também quebra os argumentos identitários e/ou vazios contra o Modernismo e principalmente a Semana de Arte Moderna de 1922. Devido aos cem anos da Semana, muitos ataques correram pelas redes sociais e na imprensa golpista, e um dos mais utilizados foi a “denúncia” do “elitismo” do Movimento. Os jovens artistas revolucionários que produziram o festival mais importante da história da arte brasileira, são acusados de não serem pobres, de terem viajado para o exterior, de terem recebido educação sofisticada e investimentos. Ora, pois é por isso mesmo que puderam realizar este grande feito cultural.
No programa, podemos entender com profundidade e sem moralismo, que na Arte, bem como em todos os campos desta sociedade, os recursos materiais são primordiais para o sucesso de qualquer empreendimento. Esta é a pérola do programa: a análise materialista dialética histórica da Arte.
Não se pretende hierarquizar a capacidade técnica ou o talento entre as classes sociais, mas elucidar os motivos objetivos que puseram aquelas pessoas em destaque naquele contexto. Além de, claro, defender a genialidade que a cultura brasileira é capaz de gerar, não nos deixando atrás de artistas estrangeiros reconhecidos internacionalmente. Aliais, a partir do Modernismo, o Brasil, que já exportava produtos agrícolas, passou a exportar arte. Na época do antropofagismo, a tendência era “se alimentar” da arte mundial a fim de produzir arte brasileira com o que havia de mais inovador de dentro e de fora, afirmando assim, paradoxalmente, o caráter nacionalista das produções. Em princípio, a ruptura com o conservadorismo anterior vinha na transformação estética, ou seja, da forma, e assim o conteúdo revolucionário foi preenchendo as novas maneiras de fazer artístico. Passando pelos manifestos citados acima e chegando ao Jornal O Homem do Povo, é inegável a postura revolucionária do Modernismo brasileiro.
Para aprender mais e se unir à discussão polêmica sobre esse tema, assista na Causa Operária TV, aos programas da série Arte e Revolução.