Tudo surge, tem seu movimento e depois cessa. Poderíamos implorar para que Pelé nunca deixasse os campos, que mantivesse mostrando sua arte, contudo, o tempo é o senhor da fatalidade. Edson Arantes do Nascimento, vulgo Pelé, mineiro nascido em Três Corações, começou a jogar pelo Santos Futebol Clube aos quinze anos de idade. A seleção brasileira também foi precoce e sua primeira convocação ocorreu aos aos dezesseis. Simplesmente um fenômeno, ganhou três Copas do Mundo da FIFA: 1958, 1962 e 1970, recorde imbatível até hoje. Atuando no Santos, também são grandes as façanhas: é o maior artilheiro da história do Santos e os levou a várias conquistas, com destaque para duas Copas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes, vencidos em 1962 e 1963.
O que o Santos, time da baixada, viu, os torcedores choraram pelo seu final. Dezoito anos após sua estreia com a camisa alvinegra, os torcedores se despediram do Rei em 2 de outubro de 1974. O jogo de número 1116 pelo Peixe foi diante da Ponte Preta e se eternizou como o fim de uma trajetória incomparável do maior atleta da história. O Rei saiu de campo antes do apito final, sendo substituído aos 21 minutos do primeiro tempo. Ao final fez a tradicional volta olímpica no campo santista com os olhos marejados de lágrimas. Para o seu lugar, o técnico Tim colocou o jovem Gílson Fidalgo Salgado, o Gílson Beija-Flor.
Contudo, um ano após sua despedida, a saudade chegou. Em 7 de dezembro de 1975, o Rei voltaria a vestir a camisa do Peixe no empate em 1 a 1 contra o Bahia em partida do Torneio Governador Roberto Santos, em Salvador. Dois anos depois, Pelé ainda voltaria a jogar em uma partida amistosa entre Santos e o New York Cosmos, time americano, em 1 de outubro de 1977, quando jogou um tempo por cada time. Era o adeus dos gramados.
Faz tempo que deixamos de ver o maior jogador de todos os tempos. Pelé eternizou seu nome e revolucionou o futebol mundial. Depois dele, o futebol nunca mais foi o mesmo, os dribles a ginga e o estilo de fazer gols mudaram totalmente o patamar do esporte. Existe um futebol antes e o futebol depois. Qualquer comparação é inválida, visto que não falamos aqui de um bom jogador, falamos de um gênio do futebol, que revolucionou o esporte mais popular do mundo, influenciando toda uma geração, todo um novo mundo.