Consequência do descaso do governo estadual do PSDB e intensificada pelas fortes chuvas, a tragédia do bairro Parque Paulista, em Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, registra 11 mortes, sendo que sete pessoas ainda estão soterradas sob os escombros de várias casas. No Estado, já são 27 vidas ceifadas por conta das fortes chuvas, deslizamentos de terra, transbordamentos de rios e alagamentos.
Todo ano vemos essas tragédias se repetirem e a imprensa burguesa noticiar cinicamente que ela é fruto das fortes chuvas, que os motivos são naturais e culpa até a população nativa que constrói suas casas nas encostas e locais inadequados.
Porém, sabemos que sai governo, entra governo, essas tragédias só aumentam devido sobretudo ao acúmulo de descasos e abandono das políticas públicas de saneamento básico, programa de moradia, de proteção das encostas, dos rios, etc.
Em São Paulo, o principal responsável por essa tragédia é o PSDB, que governa o estado desde 1995, uma verdadeira ditadura, onde não existe rodízio algum de gestores de outros partidos e representações.
Essa tragédia é fruto também da política neoliberal implantada por esse partido, que é o principal representante do imperialismo no Brasil. O PSDB sucateou todos os serviços e obras públicas do Estado. A empresa pública responsável pelo saneamento básico, a Sabesb, fora privatizada, entregue aos capitalistas parasitas que nada fazem, senão aumentar os valores das taxas dos péssimos serviços, ao contrário do que difunde seus meios de comunicação.
A Eletropaulo, que é responsável pela distribuição e geração de energia elétrica, também fora entregue à iniciativa privada e agora é ENEL.
A política habitacional, que deveria resolver essa urbanização irregular, praticamente não existe. Somente na capital paulista mais de 400 mil famílias vivem em moradias irregulares e precárias. Quando os “gestores” aparecem nas comunidades é para desalojar, destruir casas e violentar a população, que continua carente e sem nenhum direito assegurado como manda a constituição brasileira.
No último ano e meio, mais 24 favelas surgiram na capital, o que significa mais insustentabilidade, com riscos de desabamentos, incêndios e alagamentos, sobretudo diante da grande quantidade de chuva comum no verão. Em 2016, 25 pessoas morreram em decorrência das chuvas. Em 2019, foram 12.
Segundo o professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Anderson Kazuo Nakano, em reportagem do G1 de 2020, os municípios brasileiros não respeitam os ciclos hidrológicos da natureza(evaporação das águas e precipitações nas cidades):
“O normal seria a água se infiltrar no solo, para depois desembocar nos córregos e rios, que então correm para o mar. E, assim, o ciclo recomeçaria. Quando a chuva chega no espaço urbano, a água cai sobre no solo impermeável e não consegue se infiltrar. Nossos canais e rios estão canalizados. Essas águas, em grande quantidade e velocidade, escorrem para as sarjetas e galerias, que não conseguem suportá-las.”, analisa Nakano.
A tragédia recente no Parque Paulista era anunciada, mas o prefeito de Franco da Rocha, Nivaldo Santos (PTB), quis se isentar de responsabilidade, mesmo com todos os indícios de um acidente iminente em qualquer dessas áreas mal planejadas pelos município e governo do estado(que anunciou agora míseros R$5 milhões para conter o estrago):
“Nós sempre acompanhamos essas áreas mais sensíveis e, inclusive, essa área em que ocorreu a tragédia não estava classificada como alto risco. Mas, devido às chuvas que ocorreram no último mês, em especial na última semana, que foi encharcando o solo, e acabou, sem maiores avisos, acontecendo esse deslizamento de terra que, infelizmente vitimou cinco pessoas, que entraram em óbito”, disse o prefeito.
Toda a população ferida está agora em hospitais superlotados, sem estrutura para receber e atendê-los dignamente, mas no noticiário o culpado pela tragédia é a natureza.
São Paulo é o Estado mais rico da federação, tem recursos para impedir essas tragédias, mas o PSDB está a serviço da especulação imobiliária e pouquíssimos recursos são destinados para a manutenção e criação de infraestrutura.
É preciso organizar a população para a luta política a fim de que possa derrotar esses governantes e, no caso de São Paulo governado há décadas pelo PSDB, assumir a gestão do Estado, do contrário todos os anos teremos que conviver com essas tragédias que poderiam ser evitadas.




