Enquanto dos banqueiros continuam nadando em dinheiro à custa dos trabalhadores, a direção do movimento preferiu abandonar o reajuste necessário para que os bancários reponham suas perdas salariais.
Os banqueiros, que vêm nestes últimos anos obtendo os maiores lucros já vistos na história deste País (inclusive em plena pandemia do coronavirus, quando os demais setores da economia nacional estiveram em crise), contam com a política de capitulação do movimento sindical para imporem, mais uma vez, o arrocho salarial à categoria.
Só no primeiro semestre deste ano, o lucro líquido recorrente dos 3 maiores bancos privados do País – Bradesco, Itaú/Unibanco e Santander – somou R$ 18,2 bilhões, um aumento de 7,8% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Diante dos astronômicos lucros, as direções do movimento dos bancários abandonam a luta pela reposição das perdas salariais e defendem, mais uma vez, ganho real nos salários, ou seja, um índice ultra rebaixado de apenas 5%. Se repete a política de capitulação, de ir para a mesa de negociação com um índice rebaixado, como na campanha salarial passada, para, no final das contas, fechar um acordo de no máximo 1,5% de ganho real.
Nas atuais campanhas salariais, os bancários foram levados por suas direções a não reivindicar em suas pautas a reposição das perdas salariais passadas e a “solicitar” dos patrões apenas a reposição da diminuta inflação oficial dos últimos doze meses e um “aumento” real genérico que não ultrapassa a marca de 5%. Abandonaram completamente os 20% de ganho real, uma reivindicação tradicional do movimento operário brasileiro.
A cada dia, agravam-se as já insuportáveis condições de vida dos bancários. Arrocho salarial, demissões, piso salarial rebaixado etc. Esta é a situação que a categoria vem passando nos últimos tempos.
A defesa das necessidades mais sentidas dos trabalhadores bancários passa, antes de tudo, pela luta em torno da reposição integral das perdas salariais, pela organização urgente da luta contra as demissões, contra as terceirizações, privatizações etc.
A única forma de barrar a ofensiva dos banqueiros e seus governos é arrancar as reivindicações e unificar os trabalhadores bancários, preparando um forte movimento unitário de toda a categoria.
É preciso organizar um forte movimento nacional de oposição a toda essa política de derrotas que vem se aprofundando no interior dos sindicatos. Não é possível que os trabalhadores conquistem suas reivindicações, uma questão de vida ou morte, sem romper com a política de adaptação aos interesses dos patrões.