O primeiro dia das oitavas confirmou o favoritismo das grandes seleções. No mata-mata, o peso da camisa faz mais diferença, de modo que não foi muito complicado para que a Holanda passasse pelos Estados Unidos e a Argentina, pela Austrália.
O que é chato nem é a vitória dessas seleções rivais do Brasil. O pior é a bajulação da imprensa burguesa brasileira aos jogadores de Holanda e Argentina, principalmente Messi.
Essa bajulação contrasta ainda mais com o tratamento dado à Seleção Brasileira, que foi derrotada por Camarões, jogando com o time reserva.
A derrota foi um prato cheio para os jornalistas brasileiros, que normalmente são condicionados a atacar a Seleção. “Império da vaidade de Tite e Daniel Alves pode colocar o Brasil em risco”, diz Casagrande no Uol, “Uma seleção sem alma”, diz Milly Lacombe também do Uol, “Reservas da seleção não venceriam nem o Palmeiras ou o Flamengo”, segundo Milton Neves.
Tudo bem, não se trata de esconder a derrota do Brasil nem os erros do time, mas a política é desmoralizar a Seleção. Não são críticas normais, é uma avacalhação que faz parecer que estão falando não da Seleção Brasileira, do melhor futebol do mundo, mas de um time qualquer do interior de algum lugar.
Já a Argentina, aquela que perdeu da Arábia Saudita no jogo de estreia, essa é uma maravilha. “Complete a frase: Quem tem Messi, tem…”, diz Milton Neves, “Torcida argentina resiste bravamente à artificialidade da Copa do Qatar”, diz Milly Lacombe. Isso, sem contar a enxurrada de manchetes puxando o saco da Argentina, de Messi e da Holanda.
O Brasil joga amanhã contra a Coreia do Sul. O normal é a Seleção ganhar, mas ninguém ganha de véspera, precisa jogar bola. Mas não temos nenhum motivo para achar que nossa camisa não vai pesar e que não estaremos nas quartas.