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Risco de intervenção

A Amazônia está cercada por bases militares dos EUA

São 30 bases norte-americanas, incluindo uma no próprio Brasil, que poderiam servir para o início de uma operação militar "em defesa do meio ambiente"

Nessa terça-feira (13), o Parlamento Europeu validou a proposta de um projeto que proíbe a entrada de commodities ligadas ao desmatamento no mercado do continente. Dentre os produtos que seriam regulamentados, estão a carne bovina, a soja, a madeira, o cacau, o café e outros. Ou seja, para que essas mercadorias possam ser comercializadas na União Europeia (UE), as empresas deverão comprovar que não são provenientes de florestas derrubadas ilegalmente.

Além disso, os eurodeputados (deputados da União Europeia), com o projeto, querem que as empresas verifiquem se seus produtos são produzidos respeitando os direitos humanos e os direitos dos povos indígenas.

“As empresas europeias estão contribuindo importando carne, ração animal e outros produtos que levaram à desflorestação em outros lugares. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com isso […] Precisamos do mesmo senso de urgência nas próximas negociações com os Estados membros”, afirma, em nota, a eurodeputada Anna Cavazzini.

Agora, após a aprovação do texto, o Parlamento iniciará as negociações com os estados membros da UE. Para que seja efetivamente sancionado, o projeto deve ser aprovado por todos os 27 países.

O alvo é o Brasil

Ao longo das últimas décadas, a questão ambiental tem sido uma das maiores preocupações do imperialismo. Todavia, essa campanha tem se intensificado exponencialmente nos últimos anos e tem se concentrado, principalmente, na questão da Amazônia. O projeto em questão é apenas mais uma prova disso. Afinal de contas, um dos principais afetados por isso será, justamente, o Brasil e sua floresta.

Aqui, é preciso ficar claro que se trata, antes de qualquer coisa, de um projeto de interferência na política interna de outros países. Qualquer tipo de sanção diz respeito a uma imposição econômica unilateral que procura forçar seu alvo a aderir à política do país que a emite sem que seja necessário uma intervenção mais enérgica, como a militar.

Finalmente, o desmatamento de uma floresta que fica dentro do território, por exemplo, do Brasil, só deve ser motivo de ingerência por parte do povo brasileiro. E não de um Parlamento que fica do outro lado do globo. Antes, é um projeto que procura monitorar o País e, dessa maneira, golpear a sua soberania. Não é à toa que a base do projeto em questão é a de que as empresas importadoras possam julgar os produtores na sua cadeia de abastecimento por meio de coisas como monitoramento por satélite.

A ameaça também é militar

Além do perigo econômico, por meio das sanções contra o Brasil, o imperialismo, mais especificamente o americano, também ameaça a soberania nacional por meio de mobilizações militares ao redor do território brasileiro. Os Estados Unidos, o mais ativo e mais poderoso nesta campanha, possuem cerca de 800 bases militares em todo o mundo. Delas, mais de 76 estão na América Latina, ou seja, cerca de 10% do total.

Segundo o Comando Sul Norte-Americano, esses postos têm como objetivo lutar contra o narcotráfico, o crime organizado, fornecer ajuda humanitária e um efetivo de resposta a desastres naturais. Desculpas que tentam justificar o injustificável que é a intervenção imperialista no resto do mundo. Até porque boa parte dessas bases estão localizadas ao redor de reservas naturais, como é o próprio caso da Amazônia.

À título de exemplo, em maio, na Argentina, o povo de Neuquém, na Patagônia, se manifestou contra o início da construção de uma nova base militar por parte do Comando Sul dos Estados Unidos na região. A população local considerou tratar-se de um atentado à soberania do país, bem como à segurança da chamada fronteira tripla, entre a Argentina, o Brasil e o Paraguai.

Um projeto de dominação

Fato é que o imperialismo está em uma crise cada vez maior que, com o passar do tempo, toma proporções nunca antes vistas. Isso ficou evidente com suas mais recentes derrotas no Afeganistão, no Cazaquistão, na Bielorrússia e, finalmente, na Ucrânia, onde a Rússia está enfrentando a, efetivamente, derrotando a hegemonia imperialista na região.

Para que possa sair de sua crise, o regime imperialista precisa de recursos, algo que, há muito, já está sendo explorado ao máximo em seus próprios territórios. Nesse sentido, precisa avançar sobre o patrimônio de outros países e roubar-lhes tudo que for possível.

O ataque contra a Amazônia vai exatamente nesse sentido. O Estados Unidos, acima de qualquer outro país, visa o território da Floresta do Brasil justamente para utilizá-la para os seus próprios interesses econômicos. Algo que implica, necessariamente, em uma exploração absurdamente exacerbada dos recursos naturais de nosso território, coisa que deixaria o atual desmatamento no chinelo.

Balcanização do Brasil

A recente investida do Parlamento Europeu contra a economia brasileira baseado na demagogia com  o desmatamento, bem como a pesada presença de bases militares americanas ao redor do Norte do Brasil deixam muito claro que o objetivo do imperialismo é colocar a Amazônia no olho do furacão para que, assim que possível, possa saqueá-la por completo.

Além disso, ao que tudo indica, esse ataque se dará, em primeiro lugar, por meio da sabotagem da unidade nacional. Justamente por isso que, no 7 de Setembro e, de maneira geral, em torno da data, os principais jornais e ideólogos burgueses iniciaram uma campanha pela soberania dos povos indígenas do País, pregando a divisão do território em partes menores.

É exatamente o que o imperialismo fez na Europa, na região dos Balcãs, onde dividiu a Iugoslávia em diversos países menores para facilitar a sua dominação sobre o território. Além disso, temos o exemplo do Sudão, da Alemanha, do Vietnã e da Coreia. Situações em que o regime imperialista se utilizou da estratégia do “dividir para conquistar” e, na maioria dos casos, conseguiu devastar as respectivas regiões.

Uma infiltração nacional

Enquanto parte dessa campanha vem de fora, das grandes potências imperialistas, outra parcela da mesma se encontra dentro do Brasil. Algumas figuras da esquerda pequeno-burguesa, principalmente ligada ao chamado “movimento indígena”, adestradas pelo imperialismo, fazem coro com as reivindicações farsescas do capital e, com isso, atacam, eles próprios, a soberania do Brasil.

É o caso de Sônia Guajajara que, entre posar alegremente ao lado de Biden e ser financiada pelo Banco Itaú durante as eleições deste ano, foi até John Kerry, Secretário de Estado dos Estados Unidos, implorar para que o país interviesse na Amazônia.

Como se não bastasse, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mais uma organização profundamente atrelada ao imperialismo, veio à público pedir para que todos os biomas brasileiros fossem incluídos na lei do Parlamento Europeu.

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