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Guerras e conflitos

2022, o ano das tensões

Guerras, queda de líderes, revolta da população: o ano de fato foi muito agitado

O ano de 2022 foi recheado de conflitos e tensões políticas que abalaram o mundo. Eleições no Brasil, nos EUA, conflito entre Rússia e Ucrânia, tensões acirradas entre China e Taiuan, Copa do Mundo, queda de diversos líderes de Estado e fechamento do regime em diversos países — uma loucura completa.

O ano, no fim das contas, representou uma enorme decadência do imperialismo. Por não ter acabado, na realidade, 2022 continua nos mostrando surpresas diárias, como as recentes quedas e prisões de Pedro Castillo, presidente do Peru, e Cristina Kirchner, vice-presidenta da Argentina.

Rússia x Ucrânia

O conflito entre os países começou em meados de fevereiro de 2022, quando as tensões estavam se acirrando após a OTAN afirmar que iria integrar a Ucrânia na organização, ameaçando ainda mais a soberania da Rússia, uma vez que estava colocando a organização imperialista e militar ao lado do país.

Tudo isso ocasionou numa eventual invasão da Ucrânia por parte da Rússia. O país libertou Donetsk e Lugansk, que declaram sua independência finalmente tendo alguma chance de se libertar das garras ucranianas. Enquanto o imperialismo foi em defesa da Ucrânia, fazendo uma intensa demagogia apesar dos grupos nazistas que são entrosados no Estado, além da hipocrisia dos líderes locais, a Rússia foi trabalhando a libertação dos povos da região e pela sua própria soberania.

O imperialismo, em uma campanha intensa contra a Rússia, proibiu o país de participar de diversas convenções e foi excluindo até mesmo sua cultura de tudo, proibindo pratos típicos e alusões ao país em diversos lugares, até chegar ao ponto de simplesmente sancionar a Rússia, punindo quem comercializasse com ela, sobretudo petróleo e gás.

Crise na Europa

Isso fez com que a crise do capitalismo, que já era grande e evidente, se acentuasse. A falta de gás e petróleo para a Europa fez com que a inflação explodisse, levando sobretudo a energia elétrica a preços estratosféricos.

Na Zona do euro (Alemanha, Bélgica, Chipre, Espanha, Estônia, Irlanda, Grécia, França, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovênia, Eslováquia e Finlândia) a inflação vem batendo recordes durante o ano inteiro, até chegar em seu maior índice da história, marcando 10,7% — em setembro, esse índice era de 9,9%.

Estima-se que, na região, o fator que tenha o maior índice de aumento seja a energia elétrica, com 41,9% em outubro contra 40,7% em setembro — para que se tenha uma ideia do tamanho desse número, basta ver quem está em segundo lugar, no caso, os alimentos, que possuem projeção de 13,1% para o mês.

Toda essa situação levou a um fenômeno histórico na Europa: a queda de diversos líderes de Estado. Boris Johnson, Liz Truss, Draghi, Kaja Kallas. A mobilização foi intensa e a crise aumenta exponencialmente, com os países da região completamente instáveis e o povo indo às ruas.

Outro ponto foi que tudo isso tem favorecido a ascensão da extrema-direita na região, com os líderes desses espectros sendo os favoritos para as próximas eleições.

Censura

O ano de 2022 também foi um ano em que vimos um fechamento no regime em diversos países, advindo de uma ordem do imperialismo. As liberdades democráticas foram cerceadas e muitas pessoas foram presas e processadas apenas por falarem suas opiniões, com diversas redes sociais sendo bloqueadas. No final do ano, Elon Musk, o novo dono do Twitter, começou a divulgar o “Arquivos do Twitter”, onde expõe conversas internas entre ex-funcionários durante a época em que a rede social deliberadamente censurava perfis, interferindo inclusive nas eleições norte-americanas.

China e Taiuan

Outro conflito que se acirrou, sobretudo após o início da guerra na Ucrânia, foi entre China e Taiuan. O imperialismo tem feito de tudo para que Taiuan se separe da China, algo que o segundo sempre tenta evitar, uma vez que Taiuan o pertence como território. Os EUA chegaram até mesmo a enviar representantes para a região como numa forma de ameaça, algo que não funcionou.

Queda de líderes populares

Imran Khan, Pedro Castillo, Cristina Kirchner — o ano de 2022 também foi muito perigoso para esses líderes. Apesar de nem todos terem o mesmo apelo popular, foram derrubados pelo imperialismo por não tenderem completamente suas reivindicações.

Isso acaba sendo um alerta para aqueles líderes que ainda estão de pé.

Eleições 

Esse alerta é válido, por exemplo, para Lula no Brasil. Um dos eventos que sacudiu a região foram as eleições em nosso País, que levantaram diversos questionamentos sobre o verdadeiro caráter do regime democrático e do papel do Estado, além de terem demonstrado que as instituições democráticas são as principais responsáveis por servir a burguesia e atacar a população.

Nesse sentido, outra eleição e, por sinal, a mais importante do ano, ocorreu: as eleições de meio de mandato nos EUA. Esse processo marcou o aumento da crise imperialista, sobretudo do lado dos Democratas. Assim como na Europa, a extrema-direita, representada por Donald Trump, vem ganhando popularidade, enquanto a burguesia tradicional afunda na crise, algo que foi demonstrado pelo resultado das midterms.

É evidente que diversos acontecimentos mais marcaram o ano, sendo difícil listar todos eles com precisão. O fato é que o ano foi altamente polarizado, com o povo se rebelando e a burguesia tentando preparar seu contra ataque. Desse ano ficam as lições para a classe operária que atuará com garra em 2023.

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