Sem dúvidas o ano de 2022 já está sendo um ano diferenciado. Começamos continuando a contabilizar a pilha de cadáveres como resultado da continuidade da pandemia da COVID-19, seguimos com as tragédias dos mortos nas enchentes e deslizamentos, mas por mais triste e revoltante que sejam tais notícias, não há novidade nelas. O diferencial do ano está principalmente na crise do imperialismo mundial.
É Lula x Imperialismo
Para nós brasileiros essa crise se acentuou com a candidatura do ex-presidente Lula ganhando corpo e empolgando cada vez mais setores da classe trabalhadora, não só porque muitos ainda lembram do governo Lula com uma situação econômica muito melhor para todos mas, principalmente, porque seus pronunciamentos públicos denunciando o imperialismo e sua política predadora tem aumentado a expectativa por um futuro próximo governo. Afinal, as propostas de destrelar os preços dos combustíveis ao dólar, de não se curvar à ingerência do departamento de Estado norte-americano e propor restaurar as alianças com países latino-americanos, dos BRIC e africanos, realmente representam um progresso em relação à política golpista que estamos enredados desde 2016.
Como disse Fernando de Moraes, Lula saiu da prisão “um verdadeiro anti-imperialista” e só por isso mereceria ser votado pela classe trabalhadora. Mas, esse enfrentamento, neste momento, representa ainda mais o oposto da política de destruição da economia nacional neoliberal tocada pelos poodles de estimação de Washignton residentes de Brasília, no momento. Representa voltar investir na economia nacional, nas obras de infraestrutura, no fim da política de privatização e destruição do patrimônio público, na valorização dos salários e dos servidores públicos, no retorno das políticas de distribuição de renda, de investimento na educação e saúde etc.
Aonde Lula, Putin e o Brasil se encontram
Neste sentido, Lula está plenamente alinhado com Putin. No exato momento em que estamos assistindo a um desmoronamento lento e catastrófico do imperialismo, aonde o imperialismo assume o papel do capitão, maluco e covarde ao mesmo tempo, num navio em naufrágio, que assiste impotente a Rússia destroçar seus planos de expansão da OTAN na Ucrânia. Que assiste atônito a Rússia, muito tranquila superando uma a uma as sanções econômicas impostas, justamente por lutar para se defender das agressões dos países do “real eixo do mal”.
Para aqueles os que não entenderam o que está em jogo na Ucrânia, desenho: muito pouco tem a ver com o interesse ou “vontade de lutar” dos ucranianos contra os russos, até porque esse ímpeto não existe haja vista a proximidade ancestral de ambos os povos, se é que são povos diferentes.
As forças russas estão na Ucrânia para expulsar o imperialismo das suas portas. Para arrasar os cães raivosos treinados pela CIA encoleirados em batalhões nazistas e reforçados por mercenários de todo o mundo igualmente fascistas que tomaram conta do regime político e das ruas e violentam ucranianos e russos no país há mais de 8 anos.
Lula e Putin neste momento estão no mesmo palanque. Putin, é claro é um ator de destaque, fazendo história inclusive ao “dar as cartas” na disputa com o imperialismo até o momento. Lula, apesar de atuar discretamente, possui sob seus ombros um poder muito maior do que as armas hipersônicas e de alta precisão das forças armadas russas, a classe operária brasileira.
É o povo, é Lula, é Brasil na Copa
Lula é depositário da confiança e da esperança de um retorno, mesmo que mínimo, a uma época de economia crescente de empregos etc., aonde cerca de 200 milhões de brasileiros, atualmente esfolados pela burguesia imperialista, têm para se livrar desse massacre que estão passando. E esta classe é uma das mais poderosas no mundo, o Brasil como um país gigantesco, uma das principais economias do mundo, possui uma classe operária igualmente poderosa que, caso levante “a ponta do dedo mínimo” será o suficiente para estremecer a toda a América Latina e arrancar mais um pilar da política imperialista.
Mostrando-se um ano de fato excepcional para um levante desse “dedo” da classe trabalhadora brasileira, temos a Copa do Mundo em novembro aonde a Seleção Brasileira, depositária da arte no nobre esporte, é como sempre favorita ao título.
Para completar o desgosto do imperialismo, especialmente da sua cadelinha a imprensa monopolista brasileira, o Brasil está arrumando as malas pro Catar e acaba de se despedir dos campos brasileiros com uma sonora goleada sobre o Chile.
Como sabemos, e comprovado historicamente, o desempenho do futebol brasileiro nas copas é um fator que influencia o ânimo da classe trabalhadora e um título com terminaria por colocar ainda mais pressão, ainda mais esperança em um novo governo Lula. O que em todos os sentidos é ótimo porque só mesmo a pressão popular para garantir um governo que atenda minimamente as suas necessidades.
Enfim, seja nas eleições, seja nas força das armas, seja nas disputas econômicas ou no futebol, o ano é de enfrentamento ao imperialismo decrépito, que já passou da hora de ser derrubado de vez!
