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Vestibular genocida

Vestibular da Unicamp aglomera jovens para exame antidemocrático

A primeira fase do vestibular da Unicamp começa agora nesta quarta-feira dia 6, e representa o primeiro dos grandes exames antidemocráticos do ano

A primeira fase do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no estado de São Paulo, começa agora nesta quarta-feira dia 6. Esta prova representa o primeiro dos grandes exames antidemocráticos que são os vestibulares para o ensino superior a serem realizados no inicio de 2021, em janeiro e fevereiro, ainda durante o período de pandemia. O novo coronavírus forçou a instituição a adotar medidas mínimas de prevenção para realizar o exame, como a divisão de 77 mil candidatos em dois dias de prova, quarta feira dia 6 e quinta feira dia 7 e o dobro do números de salas. O tempo de realização da prova também foi diminuído de cinco horas para quatro horas, e com isso, o numero de questões do exame, que desceu de 90 para 72.

A prova para a Unicamp será iniciada às 13 horas. Além do processo seletivo dessa instituição, ocorrera ainda 10 de janeiro a prova da primeira fase da Fuvest, dia 30 e 31 de janeiro a da Unesp, e o bem conhecido Enem também conta com sua versão impressa dia 17 e 24 de janeiro. Além disso, a prova será aplicada em 38 cidades do País, incluindo seis capitais: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza e Salvador.

Mesmo assim, no caso da Fuvest, mais de 34 mil estudantes do segmento de Ciências Humanas, Artes, Exatas e Tecnológicas se aglomerarão dia 6, e no dia 7, 43 mil da área de Ciências Biológicas e Saúde, e portanto, compartilharão o mesmo espaço por 4 horas, fazendo com que estas medidas tenham muito pouco valor pratico como método de prevenir e reduzir o numero de contágios. Todas as provas que ocorrerão neste mês de janeiro seguirão medidas preventivas similares, porém vale a pena lembrar que as provas iriam ocorrer com ou sem estas medidas apresentadas pela burguesia para prevenção do contagio, o que representa um dos verdadeiro problema da implementação do vestibular no período da pandemia.

Em frente a medida genocida de manutenção do vestibular em meio a um surto do novo Coronavirus, vale ressaltar que durante 2020 inteiro não houve um ano escolar significativo, fato este que é reconhecido, inclusive, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) ao propor a extensão do ano escolar a 2021, também expandindo a farsa do EAD, com horríveis condições de ensino que nem é acessível a maioria do corpo estudantil brasileiro. Concretamente, isto significa que os estudantes oriundos da classe trabalhadora, que já possuem uma desvantagem enorme em relação aos estudantes pequeno-burgueses e burgueses, só se prejudicarão com a ocorrência desta prova em janeiro, dadas as condições mais desiguais do que a norma brasileira trazidas pela pandemia.

Isso apenas escancara o fato obvio de que os vestibulares são exames extremamente antidemocráticos, e que esperar algo destes veículos desiguais, principalmente neste momento singular de pandemia, onde estudantes da classe trabalhadora só se prejudicarão, é a mesma coisa que esperar pelo impeachment de Bolsonaro vindo de Doria: uma completa enganação. Os estudantes pobres só ganham o contagio se comparecerem a esta prova.

A tarefa para a juventude já foi posta, e não há outra saída. É necessária a organização e mobilização para luta pela suspensão das aulas até o fim da pandemia e termos vacina. São estas ações que permitem com que a as reivindicações dos estudantes se perpetue na arena politica, e enfim, obtenha êxito.

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