Neste último sábado (13), o canal Causa Operária TV transmitiu o seu programa mais popular, a Análise Política da Semana, apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta. Como sempre, o presidente nacional do PCO elaborou uma análise e uma discussão sobre os temas da política nacional e internacional que obtiveram grande destaque na imprensa ao longo dessa última semana.
A questão da pandemia no Brasil, conforme colocada pelo companheiro Rui nesta Análise, já se encontra completamente fora de controle pela burguesia. Ela avança de forma extraordinária, com quase 3 mil mortos por dia, e os governos não têm capacidade e nem vontade política de esboçar nenhuma reação a ela.
Todas as medidas tomadas por Bolsonaro, e também pelos governadores, se provam ineficazes e superficiais. Em São Paulo, por exemplo, foi decretado um lockdown tardio e farsesco, que não atinge os setores mais afetados pela pandemia. Os comércios são fechados em um determinado horário, mas a indústria continua tendo que trabalhar e os trabalhadores continuam tomando transportes lotados.
Outra farsa total é a vacinação, que avança de forma muito lenta em todos os lugares, sem nenhuma perspectiva de melhora. O companheiro Rui destacou o desespero que a direita teve em aprovar leis de obrigatoriedade para a vacinação, devido à sua sanha punitivista, mas até agora não conseguiu as doses de vacinas para a população.
Ainda dentro do tópico da vacinação, também foi levantada a questão de que todas as principais vacinas são produzidas por grandes empresas, em sua maioria nos países imperialistas e estes são os únicos cuja população está sendo imunizada. Os países que não têm capacidade de produzir sua vacina, que representam a maior parte da população mundial, não têm nenhuma vacinação em andamento. Nesse sentido, seria importante exigir a quebra de patentes dessas vacinas, mesmo que de forma emergencial, para que se pudesse salvar centenas de milhares de vidas ao redor do mundo. No entanto, o Brasil, numa política extremamente colonial, votou contra essa quebra de patentes em reunião da OMC.
Outra questão de importância fundamental que surgiu na política nacional durante essa semana foi a decisão do STF com relação ao Lula. A decisão é, de um determinado ponto de vista, positiva para a esquerda. Ela devolve os direitos políticos a Lula, que é o principal candidato da classe trabalhadora e o que mais tem chances de vencer as próximas eleições.
No entanto, é preciso deixar claro que ela desnuda o fato de que o STF não é um tribunal de justiça normal, ele é uma corte política, que extrapola a usurpa funções que seriam dos poderes Executivo e Legislativo o tempo todo.
No caso em questão, foi decidido que o Paraná não seria o foro natural para que ocorressem os processos contra Lula. Porém, a defesa do ex-presidente já colocou esse ponto em discussão diversas vezes – pelo menos, uma vez por ano desde que os processos começaram – e só agora, o STF decidiu acatá-la, sem nenhuma justificativa aparente.
No entanto, é preciso ter claro que essa decisão só foi tomada para poder preservar a Lava Jato, que está sob ataque de um determinado setor do STF, que pretende acabar com ela para proteger os seus aliados políticos, os grandes líderes de partidos da burguesia, que estão ameaçados pela força-tarefa.
A ação foi necessária devido à grande desmoralização da Lava Jato no atual cenário, com as revelações de arquivos antes sigilosos e que foram conseguidos através de um hacker, que os revelou através do jornal The Intercept e, posteriormente, através do próprio STF.
Seria fundamental, para a esquerda, explorar essas revelações do caráter totalmente criminoso da Lava Jato, cuja única função foi a de perseguir a esquerda e derrubar o governo do PT. O crime efetuado por essa operação e todas as instituições, que atuaram junto a ela, é gigantesco. Foi uma verdadeira extorsão dos direitos políticos da população.
Outra questão que foi discutida é a manobra da burguesia com vistas às eleições de 2022. Com Lula colocado em evidência neste momento, um setor da direita começa a fazer demagogia elogiando Lula, dizendo que ele é um estadista maior do que Bolsonaro etc. No entanto, isso não quer dizer, de forma alguma, que a burguesia quer Lula como o novo presidente do Brasil.
O verdadeiro sentido dessa manobra é procurar derrubar a popularidade de Bolsonaro para poder impulsionar um outro candidato, mais diretamente alinhado com as ambições da burguesia e do imperialismo. Este candidato deveria, então, competir com algum nome fraco do PT, jamais com Lula. Um sinal da indisposição da burguesia com o ex-presidente foram os editoriais dos principais jornais da imprensa capitalista. O do Estadão criticou muito fortemente a decisão de Fachin, enquanto a Folha pediu celeridade nos novos julgamentos de Brasília, com a óbvia intenção de que Lula possa novamente ser impedido.
Além disso, o companheiro Rui também comentou o fato de João Doria ter desistido de sua candidatura presidencial e de ter declarado que vai concorrer à reeleição no governo do Estado de São Paulo. A burguesia tem a intenção clara de lançar um candidato que tenha um maior apelo à esqueda, ao contrário de Doria, que tem apelo com a direita. Uma possibilidade poderia ser Luciano Huck – que já faz muita demagogia esquerdista nas redes – ou até o próprio Ciro Gomes, que já utiliza um discurso pseudo-esquerdista desde o começo do golpe de estado.
Para um maior aprofundamento de todas essas discussões e outras mais, confira abaixo o vídeo completo da Análise Política da Semana, com o companheiro Rui Costa Pimenta: