A União Nacional dos Estudantes (UNE) lançou o chamado pela realização de atos em todo o país no dia 29 de maio. A pauta principal colocada pela entidade é a luta contra os cortes nas universidades e pela realização do ENEM 2021. Em nota conjunta escrita pela UNE, UBES e ANPG, é colocado como razão dos atos a série de reduções de verbas para as universidades, que levaram ao anúncio de que diversas delas irão fechar as portas na segunda metade do ano de 2021.
Essa situação nas universidades é um exemplo apenas da profunda crise vivida pelo país e que, desse modo, impele a população a uma tendência de lutas sem igual. Essa tendência, até então contida pela política do “fique em casa”, foi rompida pelos atos chamados pelo Partido da Causa Operária no 31 de março e 1º de maio. Esses atos que, conjuntamente, reuniram mais de três mil pessoas, foram o golpe de morte na política de estagnação das lutas.
A presença das mais de 20 organizações no ato do Dia dos Trabalhadores também indicou que o cordão de isolamento da esquerda pequeno-burguesa contra o partido também estava flácido. Essa fraqueza da oposição às manifestações, como vemos agora, era, na verdade, a expressão da intensa pressão que as próprias bases desses partidos e movimentos faziam em favor das mobilizações.
Dessa forma, o chamamento de atos por parte da UNE é extremamente positivo. Nesses atos é preciso realizar uma ampla campanha de mobilização para produzir manifestações de massas que realmente expressem toda a revolta contra a crise sofrida pelo povo. A juventude, um dos setores mais atingidos pela crise econômica, além de não ter condições de se vacinar, também está sofrendo com a falta de condições para se sustentar. Esse problema geral afeta também toda a população que apresenta os mais altos índices de desemprego dos últimos tempos, implicando no aumento exponencial do número de pessoas que perderam tudo e foram morar nas ruas.
Essa situação catastrófica que abarca não apenas os jovens, mas todos os setores de trabalhadores, coloca também a necessidade da adesão aos atos do dia 29 de maio pelos sindicatos e todas as organizações da classe operária. Apenas com uma ampla mobilização de lutas, portanto, será possível reverter o quadro desastroso vivido pelo Brasil hoje.