Na última semana, foi lançado um card de divulgação do ato do dia 2 de outubro no qual estão presentes diversos partidos de direita, como Rede, Cidadania, Partido Verde e Solidariedade. É preciso dizer, primeiramente, que essa iniciativa não condiz com a politica do Partido da Causa Operária (PCO), que, apesar disso, foi colocado como um dos signatários do ato. Essa é uma politica de um setor da esquerda, cuja politica direitista chega aos extremos de participar de manifestações junto ao MBL e o Vem pra Rua. Lembrando que nesse mesmo ato, minúsculo, inclusive, o Vem pra Rua expos um enorme pixuleco do Lula vestido de presidiário abraçado a Bolsonaro.
Apesar do fracasso do ato do MBL, a esquerda anti-Lula continua querendo a presença da direita nos atos. Essa iniciativa que ocasionou na presença do PSDB no ato do dia 3 de julho, deveria ter aprendido o efeito da direita nas mobilizações: um grande conflito de classes.
No momento em que Dória se lança como candidato da terceira via com as primárias do PSDB televisionadas pela imprensa golpista, a direita se lança em uma nova ofensiva no sentido de tomar conta das manifestações vermelhas da esquerda. Essa tentativa vai exatamente no sentido das últimas declarações do futuro candidato, quer dizer, no sentido do combate a própria popularidade do ex-presidente Lula, o principal líder dos atos.
Contra Lula, já se iniciam os ataques da imprensa burguesa, em destaque os editoriais do Estadão. Textos como “A volta do ‘mais honesto’” e “PT divulga que Lula foi inocentado em ações não julgadas” deixa claro o tom que a burguesia vai adotar no próximo período na sua politica anti-Lula e anti-PT.
“Tripudiando da memória dos brasileiros, o PT espera apagar seu passivo de incompetência, corrupção e negacionismo, anunciando-se a solução para as agruras do presente, como se não fosse um dos grandes responsáveis por muitas delas.”
Essa é uma das declarações do jornal golpista na sua tradicional politica contra a esquerda.
“Se, com anos de atraso, a Suprema Corte declarou a suspeição do juiz de primeira instância, anulando as acusações que agora prescrevem, isso limpa a ficha eleitoral de Lula, mas sua ficha moral segue suja – em dimensões que extrapolam o âmbito judicial.”
A suposta “ficha suja” de Lula, nesse sentido, seria um indicativo das intenções da burguesia no sentido de tentar condenar o ex-presidente tanto moralmente quanto judicialmente a fim de impedi-lo de concorrer as eleições de 2022 ou, ao menos, prejudicá-lo na disputa. A afirmação de João Dória em entrevista, na qual disse ter apoiado o Bolsonaro com o único intuito de “tirar o PT” completa as colocações do Estadão, quer dizer, para a burguesia, o PT e o Lula são o “mal pior”.
Nesse sentido, é preciso que a esquerda combativa esteja preparada para uma avalanche de ataques contra o principal candidato a presidência para 2022: Lula.