Os dados da Secretária Municipal de Saúde de São Paulo revelam que as categorias mais vitimadas pelas contaminações por COVID são os motoristas, as empregadas domésticas e os pedreiros. Esta foi a conclusão de um Estudo realizado pelo Instituto Pólis. No período de março de 2020 a março de 2021 os aposentados apareceram como o grupo mais vitimado pela doença, foram 9925 mortes (32,2 %). Em segundo lugar apareceram as Donas de Casa com 4832 mortes (15,6%) e outros 3.391 (12,8%) que morreram não tiveram sua ocupação registrada.
Das mais de 30 mil mortes registradas na Cidade de São Paulo, 76,7% não concluíram o Ensino Básico. Esse dado tem relação direta com o padrão de renda do trabalhador e demonstra que aqueles que são obrigados a aceitar o trabalho informal e precário são os mesmos que não tiveram acesso ao trabalho remoto e foram jogados a própria sorte, expostos ao vírus. As trabalhadoras domésticas, os operários da construção civil, que continuaram trabalhando normalmente durante todo o período, apareceram entre os 6,5% das mortes de trabalhadores classificados pelos pesquisadores como não-essenciais. Já os motoristas apareceram como trabalhadores do transporte que está listado entre as atividades essenciais pelo Governo de São Paulo. No caso dos motoristas de aplicativos os dados não são claros, pois a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) atualizada em 2002 ainda não contemplava esta categoria profissional.
É preciso debater o que é realmente serviço essencial em uma situação de emergência sanitária tão específica como a Pandemia de COVID-19. Segundo o relatório dos pesquisadores 21,6% das mortes ocorreram com trabalhadores que atuavam em atividades essenciais, como saúde, segurança pública e transporte. O Governo de João Doria (PSDB), afirmou, “que a classificação das atividades essenciais é definida pelo governo federal, seguindo modelos internacionais”