Em reação às movimentações da direita para privatizar a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), a categoria começou a organizar ações mais duras de luta para o próximo período. A FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) realizou uma reunião no último sábado (7) na qual definiu uma série de ações de luta para impedir a privatização da empresa, entre elas a decretação de uma greve da categoria.
A privatização da empresa tem sido propagandeada pelo governo Bolsonaro como uma forma de aprofundar a confiança da burguesia no governo. Entre os possíveis compradores, estão grandes monopólios como a Amazon e o Magazine Luiza. A burguesia tem interesse de abocanhar a empresa, que no ano passado deu um lucro de 1,5 bilhão de reais.
A categoria dos ecetistas tem sido alvo de duros ataques nesse último período. Em setembro de 2020, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) retirou 50 dos 79 benefícios conquistados em acordos coletivos de trabalho, causando um retrocesso de décadas às condições de trabalho de centenas de milhares de trabalhadores. Esses ataques do judiciário estão em conformidade com a política de privatização, aumentando a exploração dos trabalhadores dos Correios.
Na última quinta-feira (5), a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) nº 591/21 que prevê a privatização da empresa. Para impedir a privatização, que já está avançada, serão necessárias medidas mais radicais de luta, como a greve com piquetes e ocupação dos setores de trabalho. Não se pode confiar no judiciário golpista e nem em instituições controladas pela direita privatista, como a Câmara dos Deputados e o Senado. Para defender o caráter estatal da ECT, seus empregos e suas condições de trabalho, os trabalhadores dos Correios devem se apoiar em sua própria mobilização, e de forma alguma podem depositar confiança em seus inimigos.