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Golpe nos estudantes.

SP: Escola pública chama aulas obrigatórias em plena pandemia

Dória, “o cientifico”, convoca aulas presenciais, impulsiona genocídio e promove modelo de educação a distância.

Diversas matérias nesse jornal denunciam a desfaçatez do Governo do Estado de São Paulo, que apesar do número oficial de aproximadamente 54 mil mortos pelo novo coronavírus, vai dar início ao ano letivo com o precipitado retorno das atividades presenciais nas escolas do Estado, isso sem ter vacinado professores, outros funcionários da educação e muito menos, os alunos.

Além do óbvio lobby feito pela elite econômica de todo o país, o retorno das atividades presenciais nas escolas traz consigo, ou melhor, configura uma manobra que visa a reabertura das atividades econômicas, em todos os Estados. Porém, tal fato não resiste a um questionamento básico: qual o motivo de um retorno das aulas presenciais em um momento de pleno recrudescimento do contágio da Covid-19 e com o número de mortos em franca ascensão? Para onde foi todo o discurso do “fique em casa”?

Pois bem, esse jornal teve acesso a um documento enviado pela direção de uma das escolas públicas de São Paulo. Muito já foi dito sobre as incongruências entre o discurso do Governo e a política praticada pelo mesmo. Nesse sentido, o documento envio aos alunos pela direção da escola cai no erro crasso de achar, da mesma forma que o Governo do Estado, que o discurso e a prática são algo que andam em comum acordo, sem nenhum empecilho ou afunilamento colocados pelas condições reais de infraestruturas precárias e do comportamento natural de alunos jovens.

O documento que a redação desse jornal se refere a recomendação ditadas pela direção da escola e que devem ser acatadas pelos alunos. A instituição de ensino em questão é a Escola Antônio Alcântara Machado. Em dado momento, sobre um possível questionamento, o documento diz:

Qual deve ser o comportamento do aluno na escola com relação à segurança?

Resposta: TODOS OS ALUNOS, sem exceção, devem seguir rigorosamente os protocolos de segurança; pelo tempo em que permanecer nas dependências da escola, o aluno não poderá permanecer sem a máscara; na entrada, a temperatura corporal de cada aluno será aferida; ao entrar na escola, a primeira coisa a fazer é utilizar o totem de álcool em gel para assepsia das mãos; abraços, beijos, apertos de mão estão PROIBIDOS. A distância que os alunos devem ficar entre si é de um metro e meio, tanto dentro quanto fora da sala de aula; compartilhamento de materiais escolares, celulares, comida, garrafas etc. está PROIBIDO; portas e janelas permanecerão sempre abertas; cada aluno deverá trazer sua própria garrafa de água para consumo individual. Lembre-se: desrespeitar o protocolo não é só indisciplina, é colocar em risco a vida de todos!

Em primeiro lugar, colocar a vida em risco a vida de todos é estar na escola sem ter sido vacinado, ou ainda, não ter um transporte digno que garanta uma ida tranquila, não ter testes disponíveis, entre outros. Ademais, é razoável achar que os alunos vão realmente se manter afastados por todo o período em que estiverem na escola? Em outro momento do texto, o documento diz:

Caso o aluno seja grupo de risco, ele deve vir à escola?

Resposta: NÃO!. Alunos que são grupo de risco devem apresentar atestado médico à escola e não poderão vir, mesmo que queiram. Mas atenção: só vale se o próprio aluno for grupo de risco. Caso o grupo de risco seja um familiar, o aluno deverá vir à escola.

Em outras palavras, a escola diz que pouco importa se o aluno contaminar um parente mais vulnerável. Ou seja, a escola não dá a mínima importância se o estudante convive com um idoso ou com alguém com comorbidade, o importante é que ele vá para a aula, independente dessa situação. Cabe a pergunta: a escola, ou melhor, o Governo do Estado se responsabilizaria pela vida do estudante e de um possível parente que o aluno possa vir a contaminar? Pelo texto, parece que não.

O documento ainda explica em seu texto sobre o esquema de rodízio e a obrigatoriedade do aluno em acompanhar as aulas remotas quando estiver em casa. Tendo em vista que os estudantes devem assistir uma semana de aulas presencias e ficarem outras quatro semanas em casa, admite-se que o Governo do Estado instituiu a educação a distância (EAD) como o principal formato educacional a ser disponibilizado para a rede pública de educação. Quer dizer, o cenário é esse: o Estado não apresenta nenhuma política concreta para combater o avanço do vírus. Os estudantes, por sua vez, sem nenhuma perspectiva, por mais remota que ela seja, sobre o declínio da taxa de contágio, acabarão tendo que cumprir as obrigações acadêmicas pelo modelo EAD, portando, garantindo legitimidade e uma possível continuidade nos próximos anos ao esquema educacional proposto pelo Estado.

Um falso argumento, amplamente defendido por aqueles que desejam o retorno imediato das aulas presenciais nas escolas brasileiras, faz alusão a uma brutal discrepância entre os ensinos e consequentes oportunidades para estudantes da rede pública e da rede privada. Outro questionamento pertinente: é com educação a distância que essa abissal desigualdade vai ser superara? Não seria o contrário? A tendência não é que as assimetrias educacionais se aprofundem ainda mais?

Por fim, vale sempre ressaltar que a crença nas instituições ditas democrática, ou ainda, em figuras dantescas como João Dória e seus falsos comitês científicos configura uma política de certa derrota. Apenas a mobilização das massas podem solapar mais um ataque direto aos estudantes, à educação pública e ao direito à vida. Professores e estudantes, greves devem ser colocadas em discussão e adoção urgentemente. O retorno das aulas presencias, sem vacina, é genocídio.

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