Em matéria publica no site da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec/CN) do dia 17 de novembro, informa que o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) “reforçou o seu apoio pela obrigatoriedade do chamado ‘passaporte da vacina’ para todos aqueles trabalhadores que querem trabalhar no presencial”. (Fetec/CN 17/11/2021)
Uma das questões que chama a atenção, em relação à atual postura das direções sindicais é que, desde o início da pandemia, quando o governo Bolsonaro determinou que o serviço bancário passasse a ser considerado como serviço essencial, obrigando os bancários a trabalharem em ambientes nem um pouco “saudáveis e seguro”, essas mesmas direções sindicais, que agora culpam os trabalhadores que não se vacinaram, se esconderam em casa, no período em que os trabalhadores mais precisavam deles, fechando as portas dos sindicatos e colaborando com os banqueiros e seus governos com o aumento da contaminação e morte na categoria, uma vergonhosa capitulação diante dos banqueiros e seus governos genocidas.
Depois de não fazer nada durante esses dois anos de pandemia, em relação às lutas dos trabalhadores contra a política dos banqueiros em relação às medidas sanitárias nos ambientes bancários (não disponibilizaram máscaras, luvas; testes: nem pensar; higienização dos ambientes só era feita com constatação de trabalhadores contaminados; sem distanciamento social; agências superlotadas, etc.), agora defendem uma medida reacionária que, na prática outorgam medidas para que os patrões tenham carta-branca para demitir.
Quem ganha com essa confusão mais uma vez é o governo Bolsonaro que age com demagogia, ao publicar a portaria que retira a obrigatoriedade de vacinação, aparecendo como sendo ele o defensor dos trabalhadores, passando a falsa ideia de que ele respeita os direitos individuais, coisa que é mentira. Bolsonaro é contra os trabalhadores, mas a posição dos sindicalistas enfatiza a demagogia do governo ao invés de desmascara-lo.
Essa pauta, da preservação dos direitos e valorização do emprego é, e tem que ser da esquerda. Ser contra a portaria é autorizar, mais ainda, os banqueiros a aumentar a fileira de desempregados. O resultado disso será a utilização demagógica dessa portaria para favorecer Bolsonaro, que ironicamente, ao contrário dos sindicatos e da esquerda pequeno-burguesa, ficará como defensor dos trabalhadores e dos direitos individuais, os mesmos direitos que Bolsonaro vem atacando diariamente. Bolsonaro não respeita direitos individuais e nem os direitos trabalhistas.
Enfim, independente do motivo, os sindicatos não podem ficar a favor de demissão que, só fortalece os patrões, que continuarão e intensificarão a perseguição aos trabalhadores. A posição do Sindicato do Bancários é um erro nefasto que custará muito caro aos bancários, como já custou a política do “fique em casa”.
É preciso denunciar a arbitrariedade do passaporte vacinal nos ambientes de trabalho. A vacina deve ser um direito da população, que deve ser estimulada e informada sobre a importância de se vacinar, mas não no sentido ditatorial, forçado, que no final das contas torna-se mais uma ferramenta de opressão e exclusão do povo.