─ Sputnik News ─ O país saudita enfrenta guerra com o Iêmen há 14 anos. Sofrendo ataques por parte dos houthi semanalmente, Riad está preocupada e apela a aliados que ajudem a aumentar seu arsenal de interceptores.
Desgastada por ataques de drones e mísseis em seu território lançados semanalmente pelos rebeldes houthis baseados no Iêmen, a Arábia Saudita está ficando sem munição para se defender e está apelando urgentemente aos EUA e seus aliados do Golfo e da Europa para ajudarem no reabastecimento, de acordo com o The Wall Street Journal.
O governo saudita está solicitando que os EUA forneçam mais centenas de interceptores Patriot fabricados pela Raytheon Technologies Corp. e também abordou aliados do Golfo, incluindo Catar e países europeus.
De acordo com a mídia, o Exército saudita consegue se defender da maioria das barragens com seu sistema de mísseis superfície-ar Patriot, mas seu arsenal de interceptores – mísseis usados para derrubar armas aerotransportadas – está com pouquíssimas reservas.
Riad também fica vulnerável porque o sistema de mísseis Patriot é projetado para conter mísseis balísticos, não pequenos drones. As baterias Patriot não podem girar 360 graus, por exemplo, limitando sua eficácia.
O apelo do governo saudita testou o compromisso dos EUA com o Oriente Médio e, em particular, com o país saudita, uma vez que o governo Biden tentou reformular a relação em uma série de questões, incluindo direitos humanos.
Entretanto, em uma indicação de tensão, a visita planejada do secretário de Defesa, Lloyd Austin, a Riad em setembro foi subitamente cancelada. Mais tarde, ele disse a repórteres que o reino havia cancelado a visita por conta de problemas de agenda. No entanto, Austin voltou à região em novembro, mas não viajou para a Arábia Saudita.
Além disso, também em setembro, os EUA admitiram que estavam retirando parte do seu sistema antiaéreo avançado Patriot da região, conforme noticiado.
Ao mesmo tempo, o governo norte-americano mantém a posição de aliado do país saudita e diz que “está trabalhando em estreita colaboração com os sauditas e outros países parceiros para garantir que não haja lacunas na cobertura [diante dos ataques de drones]”, afirmou um alto funcionário do governo citado pela mídia.
De fato, é como se a administração de Joe Biden ficasse dividida: ao mesmo tempo que censura a Arábia Saudita no que diz respeito à violação dos direitos humanos, sofre pressão do lobby bélico norte-americano, já que o país saudita é o segundo maior comprador de armas estadunidenses.
Em novembro, o Departamento de Estado dos EUA aprovou e o Congresso foi notificado da venda de um sistema conhecido como sistema de mísseis ar-ar de médio alcance avançado, por cerca de US$ 650 milhões (R$ 3,6 bilhões). O governo saudita solicitou a compra de 280 mísseis e 596 lançadores de mísseis ferroviários para defender o reino contra tais ataques.
Segundo outro funcionário do governo saudita citado pelo jornal, o número de ataques contra o reino cresceu significativamente. Os drones atingiram o território saudita 29 vezes, junto a 11 ataques com mísseis balísticos em novembro, em outubro, foram 25 ataques de drones e dez de mísseis balísticos.
Timothy Lenderking, enviado especial dos EUA para o Iêmen, disse em um fórum na sexta-feira (4) que os houthis realizaram cerca de 375 ataques internacionais na Arábia Saudita em 2021.