Nessa sexta-feira, 20 de agosto, Rui Costa Pimenta participou de mais um Café da Manhã no DCM. O assunto tratado girou principalmente em torno da vitória do Talibã contra o imperialismo no Afeganistão. O presidente do PCO reafirmou o apoio ao grupo na luta contra os Estados Unidos e respondeu aos ataques que o partido vem sofrendo recentemente.
Leandro Fortes, apresentador do DCM, já no início da conversa, trouxe a polêmica do apoio do partido às forças do Talibã. Segundo Rui, uma das maiores emoções políticas de sua vida aconteceu quando ele tinha 18 anos de idade, na tomada da cidade de Saigon, no Vietnã. Foi naquele momento, com a vitória dos vietnamitas contra o Imperialismo, que se desencadeou uma série de revoluções, como a da Nicarágua e a do Irã. “Pra mim, isso é uma paisagem familiar, que me toca muito de perto: a derrota dessa monstruosidade que é o imperialismo”, completou.
Rui ressaltou o seu apoio ao Talibã na luta contra o imperialismo e pela soberania de seu país, e ressaltou que fora o apoio nestes quadros existem grandes discordâncias, principalmente no âmbito da religião, que para o PCO é algo retrógrado como ideologia. O Afeganistão é uma terra bastante atrasada e pobre e por isso apresenta tantas políticas que nos parecem muito violentas, entretanto foi esse povo que conseguiu vencer o imperialismo, e assim reconquistar sua terra. “Nesse sentido, o Talibã fez uma coisa muito importante, de derrotar os Norte Americanos. Muito importante para nós, muito importante para o povo do Oriente Médio é muito importante para o mundo. Se nós tivéssemos no Afeganistão nós estaríamos do lado deles contra o imperialismo, mas a gente se mobilizaria contra a tentativa de impor a lei da xaria”.
Outro problema apontado pelo presidente do PCO é a falta de conhecimento sobre o Talibã e sobre a situação do país enquanto estava sob o comando dos EUA. Uma das polêmicas contra o grupo foi de que eles falaram que não instaurariam um sistema democrático no país, entretanto no Oriente Médio não há democracia em nem um país, caso isso ocorresse o Afeganistão seria o primeiro a implantá-lo. Outro ponto, é que a burca é algo cultural do país, não foi o Talibã quem impôs, e mesmo durante o comando dos EUA a grande maioria das mulheres a usava para cobrir seus corpos.
O Afeganistão é um país que vive na maior parte de seu território uma realidade tribal, e a maior parte de sua população vive no campo, com a mínima organização social. Além de tudo isso, o que a imprensa burguesa não mostra é o extenso apoio popular que o talibã teve na tomada das cidades, o que ocorreu foi uma grande insurreição popular contra os Norte Americanos, haja vista a velocidade e a facilidade com que as tropas tomaram o poder, algo que seria impossível sem um grande apoio popular.
Segundo Rui, “o povo estava contra a ocupação Norte Americana. Foram vinte anos de guerra, na qual morreram meio milhão de afegãos, o país ficou destruído. O Talibã é uma força local, que liderou uma ampla coligação que se levantou contra o imperialismo”.