Neste sábado, aconteceu a tradicional Analise Política da Semana, ministrada pelo companheiro Rui Costa Pimenta. O tema principal foi os atos fracassados da direita no dia 12 de setembro, bem como diversas outras questões que tangem esse acontecimento importantíssimo assim como todas as mobilizações que vem ocorrendo desde maio de uma forma geral. Além disso, foi feita uma breve análise da política internacional, uma recapitulação das mobilizações de 2013 e também o debate final com dezenas de perguntas feitas pelos telespectadores e respondidas pelo companheiro Rui.
De início, a situação internacional foi levantada com o principal acontecimento sendo a grande crise no governo Fernández na Argentina. Após a derrota nas eleições primarias, em que o peronismo perdeu para a direita neoliberal com aproximadamente 30% e 40% dos votos, ficou claro que a direita tem altas possibilidades de vencer as próximas eleições presidenciais. Ao perceber o perigo, a vice-presidenta Cristina Kirchner iniciou uma guinada tardia à esquerda o que gerou um confronto aberto com o atual presidente, que apesar de tachado de esquerdista, é um homem da direita. As políticas aplicadas pelo seu governo não passaram nem perto do que é a necessidade dos trabalhadores argentinos, é um desenvolvimento da luta contra o golpe na argentina que mostrou a falência da política de acordo com os golpistas que foi tomada não somente na Argentina como também na Bolívia.
O segundo tema foi o principal, as ridículas manifestações do dia 12 de setembro que mostraram a completa impopularidade dos partidos da direita tradicional, algo que não deve ser subestimado. Bolsonaro no dia 7 de setembro conseguiu fazer 3 grandes atos, já a esquerda ao longo de 4 meses realizou diversos grandes atos no Brasil inteiro e por fim Doria e a 3 via não conseguem mobilizar ninguém. Esses fatos são extremamente relevantes para a campanha política que esta por vir nas eleições de 2022, a derrota dos atos da terceira via a faz retornar para a estratégia de se infiltrar nos atos da esquerda para colocá-los a seu reboque, como foi realizado nas grandes mobilizações de 2013.
Em junho de 2013, uma grande jornada de mobilizações se iniciou com as manifestações da juventude em defesa do passe livre que se tornaram grandes conforme se confrontaram com os governos de direita do PSDB, em São Paulo e em Minas Gerais e do PMDB no Rio de Janeiro, além dos demais governos de direita em todo o país. As manifestações aconteciam de forma extremamente desorganizada, o que permitiu que a direita se infiltrasse e acabasse com o pouco de organização que havia nos atos, com o destaque para os ataques ao PT nas manifestações de São Paulo. O sequestro não teve um sucesso completo mas conseguiu desmobilizar os atos que havia sido enormes e radicalizados.
Também sobre a questão da aliança com a direita, o companheiro Rui explicou a diferença entre as táticas da frente única operária, proposta por Marx e desenvolvida por Lenin e Trotski, e a tática da frente única com a burguesia, chamada também de frente ampla que levou a derrota dos trabalhadores em todas as ocasiões que foi levada afundo. O caso Alemão durante a ascensão do nazismo é o exemplo perfeito, enquanto o Partido Comunista, PCA, seguia a política ultra sectária definida por Stalin, ou seja, era contra qualquer frente operária, o Partido Social Democrata, PSA realizou a frente ampla com os partidos da burguesia supostamente contra os nazistas, chegaram a votar no candidato da direita, o Marechal Hindenburg, no fim foi ele mesmo que convidou Hitler a se tornar Chanceler da Alemanha dando início ao regime nazista que destruiu completamente tanto o PSA quanto o PCA.
Outro argumento importante que foi colocado é sobre a questão da popularidade dos candidatos da direita, apesar de estar claro que Doria e o resto da 3 via não tem popularidade nenhuma isso não quer dizer que se pode subestimá-la. Em todas as ocasiões que a direita venceu foi com candidatos quase desconhecidos, Collor era um oligarca do nordeste e FHC um professor universitário que possuía algum cargo no congresso, mesmo assim ambos venceram Lula, o candidato mais popular do país de longe, pois controlam todo o aparato das eleições. Por sua vez, Bolsonaro que apesar de menos popular que Lula tem alguma popularidade, quase perdeu as eleições se garantindo apenas porque TSE golpista retirou Lula ilegalmente das eleições. Fica claro que o processo eleitoral no Brasil não tem nada a ver com popularidade e sim com as mobilizações dos trabalhadores.
Um último tópico de extrema relevância que foi apenas apontado e que voltará a ser tema em outras análises e na imprensa do partido como um todo é o novo projeto de lei antiterrorismo está sendo processado na câmara dos deputados, caso ele seja aprovado será possível uma completa proscrição de toda a esquerda nacional, todos os movimentos sociais podem ser condenados com alguma desculpa esdruxula, é algo muito perigoso que precisa ser acompanhado de perto em conjunto com uma campanha política contra tal medida fascista. Para terminar vale destacar a estreia de 2 programas na COTV, o Esquenta da Analise Politica da Semana e a Pós que agora tornam o sábado um dia com uma ampla grade de programas na TV revolucionária do PCO.