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Transportes públicos

Rodoviários do país sofrem com demissões e salários atrasados

Com um contingente de mais de 70 mil rodoviários demitidos e direitos confiscados pelos patrões, somente a unificação das lutas poderá resolver a situação

O transporte coletivo, que na realidade é todo feito em concessões aos capitalistas, em todo o Brasil já soma mais de 70 mil demitidos e os atrasos salariais são, a partir da pandemia do covid-19, algo rotineiro.

De norte a sul do País ocorreram greves e, em determinados municípios, a ocorrência de paralisações são até mensais, devido à atitude nefasta dos patrões que, para preservarem suas contas, não pagam os salários, os vales quinzenais, não depositam o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), as férias, quando são pagas são parceladas, vale alimentação não é fornecido. Ou seja, esse é um dos setores bastante penalizados. No entanto, os governantes ignoram completamente tal situação.

Há uma complacência diante dos patrões pelos governos, bem como, com as prefeituras que, em sua maioria vêm esfolando o conjunto da população com aumento no preço das passagens, principalmente no inicio de 2021.

Em São Paulo, por exemplo, tanto o governador do Estado, João Doria Junior, bem como o prefeito da capital, Bruno Covas, do golpista PSDB, resolveram saquear os idosos, retirando o direito à gratuidade, tanto nos ônibus, quanto no Metrô, e trens da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM).

A Confederação dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT) que representa 13 federações de base estadual e nacional e mais de 300 sindicatos de trabalhadores em transportes, com mais de 12 milhões de empregados em sua base, em um artigo no Diário dos Transportes da última quarta-feira (10), afirmou que “já perdemos 70 mil postos de trabalho somente no público urbano e metropolitano de passageiros, em função da grave crise que afeta nosso segmento de serviços“.

Dentre os municípios onde já ocorreram greves no setor devido aos problemas enfrentados pelas empresas estão: Rio de Janeiro/RJ, Belém/PA, Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Fortaleza/CE, Florianópolis/SC, João Pessoa/PB, Maceió/AL, Manaus/AM, Natal/RN, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Salvador/BA, São Luiz/MA, São Paulo/SP, Vitória/ES, Teresina/PI, Barreira/BA, Campinas/SP, Guarulhos/SP, Goiânia/GO, Londrina/PR, Maringá/PR, Presidente Prudente/SP, Vitória da Conquista/BA, Ponta Grossa/PR e Sorocaba/SP, entre outros.

Apesar da situação insustentável, a CNTTT, ao invés de unificar as inúmeras lutas que vêm ocorrendo isoladamente, prefere apelar aos golpistas de plantão, como o congresso golpista, tanto na Câmara, como no Senado Federal, além do governo do fascista Bolsonaro, para que eles venham solucionar o caos que eles mesmos criaram.

A Confederação pede ao Bolsonaro, principal causador de tamanha crise, não só dos transportes, mas de todos os setores, comerciais, industriais e serviços, que elevou o desemprego a mais de 15 milhões em números oficiais, mas que na realidade está em mais do que o triplo, que esse criminoso, que juntamente com vários outros governadores e prefeitos, a exemplo do estado de São Paulo, do Doria e da capital, do Covas, ambos do golpista PSDB, que já elevaram o numero de mortos pelo coronavírus em mais de 235 mil, para que destine recursos, na forma de auxílio emergencial aos municípios para que se possa solucionar a grave crise vivida pelo setor.

Ao mesmo tempo conclama aos recém-eleitos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a Confederação pede a derrubada do veto presidencial ao Projeto de Lei 3364/20, que propõe auxílio emergencial de R$ 4 bilhões para sistemas de transportes em cidades acima de 200 mil habitantes.

Em caso disso não ser viável, pedem a proposição de uma solução alternativa para garantir a continuidade da prestação dos serviços de transporte de passageiros nas cidades brasileiras.

A solução se dará nas ruas

Os patrões querem ver suas contas bancárias cada vez mais volumosas, às custas da exploração dos trabalhadores, bem como do conjunto da população, através de um serviço que deveria ser gratuito e de qualidade, pois o transporte não é mercadoria e que também deveria ser de total responsabilidade do Estado e, não privatizado, como ocorre em todo o País.

Diante do colapso causado no sistema de transporte coletivo público do país, inúmeras greves isoladas foram realizadas, no entanto, os resultados foram insuficientes, como é noticiado pelos órgãos de imprensa capitalista de cada região, município e estado, cujos governantes não têm nenhum interesse em solucionar, desta forma, só a luta conjunta dos trabalhadores é que poderá resolver o problema que perdura e que está completando um ano.

É preciso organizar a greve do conjunto dos trabalhadores nos transportes, nacionalmente, com ocupação das garagens. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) deve estar à frente dessa luta, que deve contar com a participação das direções do movimento operário, inclusive de outras categorias, bem como dos movimentos populares etc.

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