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Volta às aulas

RJ tem baixa adesão às aulas presenciais e impopularidade do EAD

Baseado unicamente na propaganda demagógica, o governo do Rio de Janeiro expõem jovens à pandemia e promove a destruição da Educação

Dos aproximadamente 700 mil alunos da rede pública estadual de ensino do Rio de Janeiro, apenas 22 mil compareceram presencialmente, dos 58 mil esperados. Dos restantes 642 mil alunos, somente 260 mil participaram do retorno às aulas virtual na primeira semana, o chamado EAD (Ensino à Distância). Para a segunda semana, já há relato pela SEEDUC (Secretaria de Estado da Educação do RJ) de mais 72 mil alunos com acesso remoto confirmado, totalizando 332 mil alunos online. Em ambos os casos, o comparecimento esperado para a modalidade presencial e virtual não foi nem metade do esperado pelo governo, indicando que a política genocida dos golpistas não é acompanhada pelos estudantes, que não querem morrer nas aulas presenciais, bem como não acreditam na farsa que é o EAD.

O governo estadual do Rio de Janeiro determinou a volta às aulas a partir de 1º de março de 2021 (https://www.seeduc.rj.gov.br/not%C3%ADcias#h.uv8j8lv7bt43). O preparo para receber os estudantes, no entanto, resumiu-se a reduzir o número de mesas e cadeiras em salas fechadas para aulas presenciais e a lançar um Aplicativo de educação emergencial sem usabilidade e infraestrutura para aproveitamento: o Applique-se (https://www.seeduc.rj.gov.br/applique-se).

Este é um exemplo de como a pandemia desmascarou a demagogia e a hipocrisia dos governos, em especial dos governos estaduais, em relação a suposta “preocupação com a vida humana”. O criticado “negacionismo” do governo golpista de Bolsonaro abriu a oportunidade demagógica para que governadores e prefeitos se colocassem na posição de governantes “científicos”, que diferente de Bolsonaro estariam “combatendo a pandemia” e lutando pela vida da população.

Entretanto, foram exatamente esses governadores e prefeitos que ordenaram o retorno às aulas presenciais durante a pior fase da pandemia desde seu início, em março de 2020. Quando o país começa a enfrentar quase 3 mil mortes pela Covid-19 por dia! Isso significa a queda de dez aviões transatlânticos todos os dias em solo brasileiro. Ou seja, “negacionista” e “científicos” são ambos executores da política genocida dos patrões, que veem na volta às aulas uma tentativa de reabertura total da economia.

Apesar de toda a propaganda de que estariam adotando todas as medidas necessárias para o retorno presencial, cumprindo protocolos, etc. Na prática, porém, fica claro o despreparo, a desorganização, o fato de que a volta às aulas não segue um critério sanitário, de evitar aglomerações e o contágio da doença entre estudantes, professores, funcionários, familiares, mas sim um critério econômico, para evitar ainda mais perdas de setores capitalistas.

A baixa adesão do retorno às aulas presenciais, desta forma, é uma prova clara de que os estudantes e pais não concordam com a política genocida do governo. É o óbvio resultado ruim de quem jogou energia nos procedimentos de garantias do lucro das empresas, nos processos licitatórios emergenciais, desprezando critérios sanitários e pedagógicos. O critério de segurança, talvez o que mais chama a atenção durante uma pandemia é o mais desprezado – dado que a doença é capaz de matar por volta de 3% da população geral ou até 25% de grupos sociais específicos, como de pessoas com doenças pré-existentes e com idade acima dos setenta e cinco anos.

 

A impopularidade do ensino à distância (EAD)

Os alunos do EAD reclamam da quebra de promessa de universalização do acesso à internet prometida ao sistema, pois tiveram que procurar rede de internet particulares para terem acesso à plataforma. Este é um outro aspecto do EAD dos golpistas, aumentar ainda mais a exclusão educacional, dadas as condições financeiras miseráveis da população que não tem acesso à rede mundial de computadores.

Ou seja, a “solução” da EAD não é uma questão de educação, mas sim mais uma forma de dar dinheiro aos capitalistas, através de licitação paga com dinheiro dos impostos. Para a educação propriamente dita, não passa de aborrecimento para professores e um bom número de alunos, principalmente da grande massa que não possui dispositivos eletrônicos para sequer tentar se aventurar no “Applique-se”.

Destaque para o nome francês do aplicativo, applique, que significa objeto de enfeite, ornamento. O nome está correto. Trata-se apenas de um enfeite, ou, em na linguagem coloquial, de um “aplique”, um golpe contra os estudantes.

A propaganda é maravilhosa, mas não tem lastro no dia-a-dia dos alunos. Pode-se ler em http://www.rj.gov.br/secretaria/PaginaDetalhe.aspx?id_pagina=10081 a beleza da promessa da Educação Integral. Podemos ler em http://www.rj.gov.br/secretaria/NoticiaDetalhe.aspx?id_noticia=10090&pl=educa%C3%A7%C3%A3o-integral a incrível árvore de opções para uma formação ampla e libertadora, mas a realidade que não dita é o desprezo pela vida, pela evolução cognitiva das crianças e jovens, o uso dos estudantes para os objetivos dos capitalistas.

Por isso, é preciso suspender completamente as aulas. O caso dos alunos da modalidade presencial é grave, pois seu comparecimento nas escolas não lhes garante segurança alguma. Pior ainda para as crianças, menos colaboradoras devido ao estágio cognitivo menor quanto a percepção de riscos e hábitos adequados para a ocasião, que correm mais riscos de contato com o vírus em circulação.

Os 22 mil alunos que frequentaram as escolas podem representar contaminação para si mesmos, para professores, para suas famílias, pois nitidamente estão sob risco do SARS-CoV-2, em especial das variantes P1, P2 e N9, muito mais virulentas e possivelmente mais patogênicas para jovens e crianças, conforme últimos relatos das UTIs na região sul e sudeste do Brasil, onde há maior concentração de casos.

Passados meses sem solução e com o aparecimento duma segunda onda e de uma terceira onda do vírus já em outros continentes, urge os estudantes e pais repelirem por completo essa solução assassina e demagógica do Rio de Janeiro e se juntarem à reivindicação dos professores de volta às aulas só com o fim da pandemia e com a vacina.

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