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Imperialismo

Relatório aponta envolvimento da Inglaterra no golpe da Bolívia

Golpe que depôs Evo Morales teve participação direta do Departamento de Relações Exteriores do Reino Unido, que visava o lítio

Um relatório investigativo recentemente divulgado pelo Declassified UK indica a participação do Departamento de Relações Exteriores do Reino Unido e a embaixada britânica na Bolívia em um financiamento para exploração de depósitos de lítio a ser realizado pela Satellite Applications Catapult, empresa sediada em Oxford. Além disso, o relatório aponta que o processo de mineração do lítio boliviano andou a passos largos após a ofensiva golpista que depôs o presidente Evo Morales.

Ainda segundo o relatório, haveria cooperação por parte do governo britânico com o Ministério da Mineração do governo golpista interino boliviano, chefiado à época por Jeanine Áñes. Tal cooperação partiria da premissa de um seminário internacional realizado pela empresa Watchman UK oferecendo soluções criativas para que as comunidades indígenas locais trabalhassem nas minas. Além disso, o relatório também descreve os esforços dos imperialistas para realizar uma conexão do chamado “triângulo do lítio”, envolvendo Argentina, Chile e Bolívia com a empresa London Metal Exchange.

Os métodos do imperialismo utilizados para ganhar terreno no país andino, ainda segundo o relatório, envolviam a oferta de tecnologia de segurança cibernética para bancos bolivianos por parte de empresas criadas pelo MI5 com fortes laços com a CIA. Também o apoio e elogios a mudanças dos rumos políticos adotados pelo governo ilegítimo de Jeanine Áñes, que tomou posse após a queda de Evo Morales, falsamente acusado de manipular o resultado das eleições presidenciais que havia vencido.

O que aconteceu na Bolívia acontece na América Latina e na periferia do sistema capitalista com muita frequência. Para que o imperialismo promova sua política de rapina das riquezas dos países atrasados, vale tudo. Patrocínio de figuras opositoras aos regimes políticos vigentes, impulsionar golpes de Estado, promover perseguição, prisão ou mesmo assassinato de lideranças, intervenção militar, tudo isso a custa do sangue do povo desses países periféricos que, para os imperialistas, vale menos que petróleo, gás, minérios, água e outros recursos naturais.

Bolívia, Brasil, Paraguai, Colômbia, Venezuela e diversos outros países da América do Sul são historicamente vilipendiados pela gana imperialista que sabota os governos que se opõem, mesmo que minimamente, aos mandos e desmandos que vêm do capital monopolista. Além de promover golpes e desestabilização política na América Latina, o imperialismo incita processos ainda mais violentos em países africanos e no Oriente Médio, com intervenções ainda mais sangrentas nesses locais.

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