Este mês de março, no pico da pandemia desde seu início ano passado, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) iniciou uma parada de manutenção em sua unidade de destilação, maior unidade em operação da refinaria. A parada de manutenção começou no dia 10 de março, e em seu pico aumenta quase em três vezes o número de trabalhadores na unidade, de 500 trabalhadores próprios e 1300 terceirizados, para esse número adicionado de mais 3 mil terceirizados.
O Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro-Caxias), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) apresentou na Justiça do Trabalho e no Ministério Público do Trabalho solicitação para o adiamento da operação, além de equipamentos de proteção para garantir a segurança dos trabalhadores. Até hoje, desde o início da pandemia, foram mais de 1800 pessoas contaminadas pelo covid-19 na refinaria, com quatro trabalhadores mortos e nove trabalhadores internados neste momento.
Segundo o diretor do Sindipetro-Caxias, Luciano Santos: “A Petrobrás manter esta parada de manutenção neste grave momento da pandemia demonstra descaso com a vida de seus trabalhadores e trabalhadoras. Desde janeiro estamos alertando a empresa dos riscos desta parada acontecer neste momento, inclusive enviamos documento solicitando o adiamento, mas não obtivemos resposta da Petrobrás”.
Sinal do modelo de gestão que acomete os trabalhadores até mesmo em uma empresa pública. O interesse da burguesia, dos empresários e acionistas é sempre o de elevar ao máximo os lucros e no menor espaço de tempo possível, morra quem morrer. Verdadeiros vampiros, nem mesmo dispuseram equipamento de proteção adequado para os trabalhadores da refinaria, e ainda realizam procedimento que força aglomeração no maior dos picos da pandemia até agora.
O que fica demonstrado claramente é que uma empresa, mesmo estatal, para ser de fato pública deve estar sob o controle dos trabalhadores. A Petrobrás vem sendo atacada por suas diretorias nomeadas não é de hoje, e atacam também os próprios trabalhadores da empresa. O golpe de Estado deu novo fôlego à entrega dos bens nacionais e ao ataque desenfreado contra os trabalhadores, que hoje enfrentam o genocídio. A Petrobrás é do Brasil, do povo brasileiro, dos trabalhadores e, por isso justamente, deve ser colocado: Petróleo e Petrobrás 100% estatais, sob o controle dos trabalhadores! Lula presidente! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!