No dia 7 de dezembro, o fundador e cacique-mor do Partido Verde no Brasil, Fernando Gabeira, recebeu diretamente das mãos do empresário Walfrido Warde o Prêmio IREE de Jornalismo “por sua contribuição para a profissão e para a democracia”. O IREE é a sigla para Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresas, uma espécie de Organização Não-Governamental (ONG) que serve de laboratório para os projetos macabros do imperialismo no País.
Embora seja dirigido por figuras como o general golpista Sérgio Etchegoyen e o sinistro ex-chefe da Polícia Federal Leandro Daiello, o IREE vem sendo defendido por alguns setores da esquerda — como Guilherme Boulos, que convenientemente é empregado de Walfrido Warde. Segundo Boulos, o instituto seria “plural” e teria como objetivo promover a “democracia” no Brasil. Warde, segundo Boulos, seria seu grande amigo pessoal e um homem supostamente comprometido com a esquerda.
Fato é que a premiação de Gabeira só coroa o histórico criminoso de Warde, que possui uma parceria com o think tank norte-americano Global Americans, responsável por arquitetar golpes mundo afora, e patrono de candidaturas com o objetivo de dividir votos do PT. Gabeira, o grande “democrata” segundo o IREE, é um antigo funcionário da Rede Globo, com uma alta posição na equipe de jornalismo da Família Marinho — posição esta que é restrita aos capachos da empresa. Entre a “obra” de Gabeira, estão inúmeros artigos condenando a “corrupção” de Lula e do PT e comparando o lulismo ao bolsonarismo.
Gabeira merece o prêmio do IREE. Afinal, para a direita, “democracia” é sinônimo de golpe de Estado imperialista contra o povo. E Boulos, por sua vez, merece estar onde está, depois de ter tão arduamente trabalhado em prol do golpe de Estado. Quem sabe, um dia, conquistará o seu sonho: ocupar a posição do caduco fundador do PV. A falta de escrúpulos, já tem. Os meios, também. Só falta a sunga de crochê e cantar o jingle dos anos 1980: “Quem fuma, senta e cheira, vota no Gabeira”.