Um dos focos centrais da campanha bolsonarista para o 7 de Setembro é a demonstração de força com o apoio da Polícia Militar nacionalmente ao movimento e a Bolsonaro, em particular.
Se seria possível imaginar alguma possibilidade reformista nessa instituição assassina, os atos da extrema-direita do dia 7 são a comprovação clara do caráter fascista desses órgãos.
As polícias militares, na forma como hoje estão organizadas, foram estruturadas durante o golpe militar de 64, um golpe que teve, assim como nos demais países da América Latina, características abertamente fascistas, ou seja um movimento que não visava simplesmente acabar com a democracia parlamentar – uma característica das ditaduras até o período anterior à Hitler e Mussolini -, mas diretamente voltada para atacar a democracia operária. Em outras palavras, destruir as organizações dos trabalhadores e, com isso promover o esmagamento dos explorados. Se isso foi assim na Alemanha e na Itália, também foi a realidade cotidiana do povo brasileiro.
Essa é a polícia que não apenas reprime todos os movimentos populares, inclusive os atos Fora Bolsonaro, mas que é responsável pelos assassinatos cotidianos nas periferias das cidades brasileiras.
Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que em plena pandemia as polícias militar e civil bateram recordes de assassinatos desde 2013, ano em que iniciou-se o cômputo. Durante 2020, foram nada menos do que 6.416 assassinatos oficiais. Ou seja, as mortes promovidas por paramilitares em que são evidentes as participações de policiais militares não estão nas estatísticas.
A participação de policiais militares nos atos bolsonaristas mostra a realidade: a polícia é um corpo permanente de opressão e violência contra a população pobre, os trabalhadores e a esquerda.
A realidade demonstra a falsificação da defesa de boa parte da esquerda sobre a desmilitarização da PM. Primeiro, as polícias civis em nada se diferenciam quando se trata dos assassinatos efetuados. Segundo, o problema da repressão está diretamente ligado aos interesses de quem a polícia responde.
A participação dos policiais nos atos bolsonaristas deve ser entendida como um divisor de águas. Não é possível conciliar o fascismo com os interesses da população explorada em nome de uma suposta segurança pública.
A essência das polícias e das forças de segurança no regime burguês é esmagar o povo. Por isso é preciso dissolver todas as polícias e substituí-las por milícias populares divididas em bairros, formadas pelos próprios moradores, eleitas e com possibilidade de revogação da função caso não sirva efetivamente aos interesses dos cidadãos. Uma polícia controlada pelo povo, não pelo Estado.





