Todos querem a volta às aulas, da direita à esquerda, é isto que está se vendo no ABC Paulista, onde o consórcio que reúne as sete prefeituras do ABCDMRR, com exceção da prefeitura de Rio Grande da Serra.
Todos os prefeitos da direita no ABC paulista, Tite Campanella (Cidadania- São Caetano do Sul), Orlando Morando (PSDB – São Bernardo do Campo), Paulo Serra (PSDB Santo André), Clovis Volpi (PL- Ribeirão Pires) aprovaram a volta as aulas e tiveram o referendo dos prefeitos da esquerda, como José de Filippi Júnior (PT – Diadema), Marcelo Oliveira (PT- Mauá) que assinando embaixo o crime genocida também determinaram a volta as aulas, seguindo o protocolo assassino do governo do Estado de São Paulo, João Dória. A única exceção coube ao prefeito Claudio Manoel Melo (Podemos – Rio Grande da Serra), que está, por mera demagogia, ao menos na questão primordial do momento à esquerda dos prefeitos petistas, que dando aval na prática a política de frente ampla se aliam com a direita a favor da morte do povo, professores, pais e estudantes das escolas da região.
Apresentando-se como devotos da ciência, quando se trata de fustigar Bolsonaro, os golpistas do ABC paulista sabem muito bem a precária condição das escolas públicas. Muitas não possuem saneamento básico, papel higiênico ou mesmo salas suficientes para todos os alunos. Os planos gerais são simples: criar depósitos de crianças e adolescentes, bem como de universitários, para fazer com que o trânsito da comunidade escolar e acadêmica feche com chave de ouro o genocídio e a reabertura econômica.
A reabertura das escolas no ABC, importante polo industrial do país, responde não apenas à burguesia nacional, pelo contrário, responde também aos interesses até mesmo a Organização Mundial do Comércio que declarou que se as escolas continuassem fechadas, a crise de demanda iria destruir os bancos e as empresas cernes do imperialismo. Por isso, desde o começo da pandemia já existia uma enorme campanha para a reabertura geral do comércio, da cultura, e por fim, das escolas.
Em diversos países europeus como França e na Inglaterra, e, inclusive no Brasil, onde voltaram às aulas, como em Manaus, milhares foram contaminados. Em Manaus, as aulas foram suspensas novamente, pois nem oxigênio havia para salvar os casos graves. Em São Paulo, dentre as escolas que já retornaram no final de 2020, 11% dos alunos foram confirmados com o vírus. Em algumas, nem os equipamentos de proteção individual (EPIS) são distribuídos e organizados.
Frente a toda esta calamidade nacional, prefeitos como Marcelo Oliveira do PT, de Mauá, que já teve o Hospital Nardini, o principal hospital público da cidade declarado com 100% dos leitos ocupados, se alia aos prefeitos tucanos e demais direitistas para matarem mais milhares de pessoas com a reabertura das escolas. Até mesmo, o dito esquerdista (que com sua posição de reabertura está se trasvestindo de direita) José de Filippi Júnior do PT de Diadema assina embaixo este crime, com a Prefeitura de Diadema definindo as regras de retorno às aulas para o ano letivo de 2021, com decreto foi publicado nesta quarta-feira (27/01) e prevê primeiro a volta às aulas de maneira remota em 03 de fevereiro, para a partir de 01 de março, a rede pública voltar a ter aulas presenciais e também de forma híbrida(o que além do risco, imporá dupla carga de trabalho aos professores). Seguindo as orientações tucanas ele inclusive determina que as escolas poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados.
Para disfarçar o crime, como se isso fosse possível, Filippi coloca que a Secretaria de Educação de Diadema está se preparando para obedecer os critérios de segurança sanitária e sendo assim distribuirá inclusive máscaras N95, um disparate, até para os servidores da saúde, as máscaras N95 não garantem proteção para o Covid 19, o que dirá para professores e alunos. Para garantir a traição aos interesses de milhares de educadores que o elegeram em Diadema José Filippi anunciou a testagem de todos os cerca de 2,5 mil profissionais da educação, incluindo os bolsistas da frente de trabalho.
Os prefeitos científicos do PT sequer levam em consideração o que diz a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) que declarou formalmente que as escolas não estão preparadas para o retorno das aulas presenciais. A SBP chama atenção para o risco de contágio da doença em meio ao aumento das taxas de transmissão da Covid-19 em diversos estados, assim como o número de casos e óbitos. Para a entidade, a maioria das escolas, sobretudo as da rede pública, não está preparada para garantir a segurança básica no ensino presencial.
Dentro de tamanho repúdio ao crime da volta as aulas no ABC paulista, o Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André (Sindserv) organizou enquete junto aos professores da rede municipal na última segunda e terça feira e o resultado parcial mostrava até a manhã da terça feira 96% de 752 docentes contrários a volta as aulas em meio ao aumento dos contágios.
Ainda frente a tamanho crime, movimento de professores e servidores públicos se organizam para em comitiva confrontarem os prefeitos petistas do ABC, contra a posição genocida destes.
A única saída no ABC e no Brasil é organizar a revolta geral contra a volta às aulas e a destruição do ensino, e levantar uma enorme greve e uma gigantesca mobilização de estudantes, professores e da população no geral contra Bolsonaro e todos os golpistas.