Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNDA) confirma que o mercado de trabalho é bastante desigual, com taxa de desemprego muito alta entre jovens, pessoas pretas, pardas, mulheres e nordestinos. Para Marilane Teixeira, professora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, da Universidade de Campinas, “toda vez que há uma crise a população mais vulnerável e em condições precárias são as dispensadas dos seus empregos”.
Nesta quarta-feira(10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) divulgou novos recordes de desemprego nos 20 estados do país, com o nordeste em destaque negativo, pois a região registrou uma taxa média de desemprego de 16,7%. A média nacional é de 13,5%, a maior desde 2012. A taxa de desemprego entre os negros está em 17,2%, a dos pardos 15,8%, ambas maior do que a média nacional, que é 13,9%. A taxa de desemprego entre os brancos é de 11,5%, abaixo da média nacional. A das mulheres está em 16,4%. Em 2020 o desemprego subiu 1,62% em relação ao ano de 2019. Nesse mesmo período o aumento das taxas entre pretos e pardos foi, respectivamente, de 2,6% e 1,75%. Entre a população de jovens, em uma faixa etária de 18 a 24 anos, a taxa de desempregados em 2019 era de 2,85%. Em 2020, essa taxa foi para 29,5%.
A economista Marilane Teixeira compara a crise econômica de 2016-2016 com a atual. A de 2016, sob impacto do golpista Operação Lava Jato, os setores mais atingidos foram a indústria e construção civil. Nessa crise de 2020, serviços, comércio, setores de hospedagem e turismo foram bastante atingidos. Nesses setores, os pretos, pardos, jovens e mulheres são os mais prejudicados. A região Nordeste, cujos empregos são tradicionalmente os mais precários devido à concentração das grandes indústrias nas regiões sul e sudeste, atingiu recorde de desempregados devido ao fato de os setores de alojamento, hospitalidade e turismo terem sido os mais atingidos nessa pandemia. Setores do comércio, bares e pequenos negócios também terão uma grande quantidade de desempregados.
O fim do auxílio emergencial também foi um fator que colaborou significativamente para que milhares de pessoas fossem em busca de empregos no mercado. As taxas de desemprego são bem maiores do que as informadas oficialmente.
A questão do negro, das mulheres, jovens, índios, operários, homossexuais, transexuais, etc., todas as minorias oprimidas do Brasil e do mudo devem se unir em torno da classe operária para mudar o regime capitalista, que sempre usará esses oprimidos para fazer o trabalho mais desvalorizado nas grandes empresas capitalistas do regime. O capitalismo maltrata e explora todas essas minorias. O problema é material, econômico, não uma questão identitária.
Esses são dados oficiais de desemprego (a realidade é ainda pior) e só mudarão de forma significativa com a união de todos esses setores oprimidos. A vitória de todos esses setores oprimidos não virá com os reformismos da pequena burguesia, mas sim com o fim desse regime, em prol de uma sociedade socialista, sob o domínio da classe trabalhadora.