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Edmilson Rodrigues

Prefeito “progressista” do PSOL quer obrigar retorno às aulas

É mais um político como qualquer outro - a frente ampla não engana - é o mesmo projeto de Bolsonaro sem Bolsonaro

Desde a segunda-feira da semana passada, os servidores públicos da educação da capital paraense paralisaram suas atividades em resposta à SEMEC – Secretaria Municipal de Educação de Belém – que determinou o retorno de todo o setor para as escolas de forma presencial e sem a possibilidade de escala, mesmo sem qualquer controle da pandemia do novo coronavírus por essas autoridades.

Um caso já repetido de contaminações e mortes pelo COVID-19 no retorno forçado em 14 de setembro do ano passado. Uma determinação do prefeito anterior Zenaldo Coutinho (PSDB), que pela mobilização dos trabalhadores da educação frente aos programas genocidas desses partidos e do governador Helder Barbalho (MDB), foi obrigado a fechar as escolas novamente 2 meses depois, em novembro.

A luta dos professores, servidores e da população de Belém pela revogação da portaria permanece. Porém, desta vez a medida tem origem em ninguém mais que Edmilson Rodrigues (PSOL), eleito no final do ano passado para a prefeitura de Belém com apoio de setores golpistas como PSDB, PV, REDE, Cidadania, PDT e etc, em uma frente ampla prometendo “revolucionar a maneira de se governar”.

Além do apoio recebido pelos próprios responsáveis pelo bolsonarismo no país, Edmilson uniu estes junto à sua base, setores esquerdistas da classe média, além de artistas  como a paraense Gaby Amarantos, Caetano Veloso, Fafá de Belém, em uma frente supostamente “antifascista”. Uma frente –  a frente ampla – que em 2020 não passou de uma propaganda da própria burguesia, que através do PSOL, isolou o PT – partido de maior base popular – das eleições, levando a cabo seu programa com um viés esquerdista.

Edmilson é figura velha na política de Belém. Foi prefeito anteriormente por duas vezes pelo Partido dos Trabalhadores e, como todo bom pequeno burguês carreirista, saiu do partido na primeira crise que surgiu após a ascensão do petismo ao governo federal, se filiando assim ao PSOL. Em Belém, formou a chamada Frente Belém Popular em 2000, com o apoio do PPS, PCdoB, PCB, PSB e PT, seu então partido, se colocando sempre como uma pessoa da Frente de Esquerda na capital, que 20 anos depois se agrupou com a direita golpista.

Em apenas 6 meses de mandato, o psolista está longe de ser “o melhor prefeito do mundo” como acreditam os seus colegas de partido. O candidato da frente ampla fez exatamente o que já se esperava: aplicou a mesma política dos prefeitos e governadores golpistas da direita e da extrema-direita, obrigou a volta às aulas ignorando o risco de contaminação e morte dos professores, estudantes e familiares pela situação pandêmica que até agora não teve sequer uma única mostra de segurança para a classe trabalhadora brasileira. Tudo isso para atender aos interesses capitalistas de reabertura da economia para, assim, alimentar os bolsos dos banqueiros.

Por outro lado, os trabalhadores da educação estão mobilizados e exigem, como de praxe, um diálogo, um plano de retorno que conte com a segunda aplicação da dose da vacina e não apenas a primeira, sem deixar de lembrar que existe um número crescente de vacinados que morreram pelo vírus. Sem contar também os estudantes, que como se vê serão os últimos a serem vacinados no país. Não é possível o retorno às aulas a toque de caixa, e por isso, no próximo dia 24, os servidores farão uma nova assembleia com indicativo de greve sanitária contra a portaria.

Mas é preciso entender que a greve “sanitária” em si não adianta. Os sindicalistas da educação de Belém precisam levar adiante uma greve de verdade, séria, com mobilização nas ruas. A atitude de Edmilson Rodrigues desmascara sua política: é uma imitação barata do que faz o PSDB em todos os estados e cidades em que governa. É uma política voltada diretamente contra os trabalhadores, desta vez aplicada por alguém que se disfarça de aliado dos trabalhadores. No entanto, não há como ser aliado dos trabalhadores e ao mesmo tempo da direita golpista como o PSDB ou a Rede.

Acrescentando à pauta de exigências, o funcionalismo público de toda a capital permanece com piso salarial muito abaixo do nacional, nos vergonhosos R$827,00, os quais além do reajuste salarial, os trabalhadores exigem o reajuste no vale alimentação, até agora negado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), e da revogação da Reforma da Previdência Municipal que a prefeitura de Edmilson Rodrigues recua apenas temporariamente. Para os trabalhadores está claro, se trata de mais um político como qualquer outro.

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