Como se já não bastasse a pandemia de coronavírus, a população do Acre está sofrendo com as enchentes e mais um surto de dengue. Um dos culpados pela situação é o governador do Estado do Acre, Gladson Cameli do Partido Progressista (PP).
Levando em consideração que o ex-senador e governador é formado em engenharia, sendo que exerceu a atividade apenas como sócio na empresa da família antes da carreira política, ele parece não saber o básico sobre o conhecimento que diz ser graduado.
Qualquer estudante de engenharia compreende que esses problemas relacionados a enchentes e epidemias propagadas por insetos, como a dengue que assola o Estado, estão relacionadas diretamente ao saneamento e o direito a habitação dos espaços urbanos.
O governador, de forma demagógica, declarou que o cenário no estado era de “3ª guerra mundial”. Atualmente o estado tem os 952 mortos, com o número de 100 mortos por 100 mil habitantes, e uma taxa alta de contaminação. Para completar a confusão, o governador culpou a “questão do Perú, Bolívia dos haitianos” com uma questão que dificulta a sua gestão nos problemas da enchente, do COVID-19 e da dengue.
Igualmente, como todo o país, a vacinação está a “conta-gotas”, literalmente. Poucas vacinas para finalizar as primeiras etapas para em seguida vacinar toda a população. No dia 8 de fevereiro chegou ao estado do Acre um lote de 6400 vacinas, que imunizará 1340 trabalhadores da saúde e 1871 idosos acima de 90 anos. No Acre existem 791.000 habitantes, e essa leva de vacina, se colocarmos na ponta da caneta, vai imunizar apenas 0,4% da população, o que na prática, não é nada.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), para uma doença seja considerada controlada, no mínimo, 60% da população deve esta imunizada para dar segurança biológica a sociedade. O Acre ainda não saiu da primeira fase da vacinação, que é a fase em que se vacinam os trabalhadores da saúde e os idosos de 90 anos.
A enchentes são causadas por propositais falhas urbanísticas de drenagem e saneamento urbano. Dados de 2018 aferem que o Acre possuía apenas 12,2% da população com acesso a coleta de esgoto e 19,4% tem tratamento de esgoto. Isso fala muito sobre a infraestrutura de saneamento, que não tem uma rede de coleta de esgoto adequada, imagine estruturas de drenagem para evitar as enchentes nas cidades.
E como não existe uma rede de saneamento adequada, isso eleva o número de doenças que são propagadas por insetos, o que eleva os doentes de dengue e outras mazelas relacionada a falta de saneamento básico. Estima-se que atualmente são 32 mil pessoas atingidas pela enchente, e para resolver esse problema o governo montou apenas 23 abrigos e distribuiu 500 cestas básicas.
É preciso denunciar o governo direitista do Gladson Cameli que não tem nenhum plano para resolver os problemas da população e os que ele apresenta não tem impacto algum na solução do problema. Trata-se da política da direita, de conjunto, para os problemas da população, e por isso, esses governos devem ser derrubados.