Após anos de uma perseguição criminosa e descarada por parte dos países imperialistas e de seus governos capachos, a extradição do jornalista Julian Assange para os Estados Unidos está cada vez mais próxima de se tornar realidade.
Retirado à força da embaixada do Equador em Londres, onde estava asilado desde 2012, e preso preventivamente, em 2019, Assange foi levado ao limite de seu psicológico, tendo pessoas próximas e especialistas relatado que o jornalista havia desenvolvido problemas como depressão severa, síndrome de Asperger, ansiedade, alucinações e até mesmo um derrame em outubro deste ano, o que resultou em perda de memória, sinais de danos neurológicos e a queda de sua pálpebra direita.
Preso numa penitenciária de segurança máxima em Londres, na Inglaterra, o jornalista é perseguido e torturado por suas denúncias relacionadas sobretudo aos crimes de guerra dos EUA durante o auge da “guerra ao terror” ocorridas em países como Afeganistão e Iraque, mas também por expor diversas arbitrariedades e esquemas de outros países imperialistas e de políticos burgueses, similar ao que fez Edward Snowden, hoje exilado na Rússia. Assange enfrenta 18 acusações e, caso extraditado e condenado, poderá receber uma pena de 175 anos de prisão nos EUA, um evidente absurdo considerando que, além de efetivamente não ter cometido crime algum, o jornalista não é norte-americano e nem mesmo foi aos EUA.
Todo o contexto do caso Assange já é escandaloso por si só, e não existe justificativa dada pelo imperialismo que prove o contrário. Suas conversas com seus advogados foram grampeadas, seu dia-a-dia na embaixada do Equador era monitorada e até mesmo planos para seu possível assassinato foram desenvolvidos. Como se a acusação de “conspiração” não fosse absurda por si só, o jornalista foi acusado injustamente diversas vezes e o governo norte-americano até mesmo financiou testemunhas falsas para incriminá-lo.
Ironicamente, a notícia de que sua extradição para os EUA está próxima ocorreu ao mesmo tempo que a chamada “cúpula da democracia”, convocada pelo presidente dos EUA, Joe Biden. Este evento tem a pretensão de levar adiante a demagogia imperialista ao afirmar que entre seus objetivos estão defender os direitos humanos, a democracia e a luta contra a corrupção — tudo isso enquanto o jornalista que denunciou diversas violações de direitos humanos de milhões de pessoas por parte dos EUA era torturado em uma prisão de segurança máxima.
Ficam evidentes os abusos do imperialismo contra Assange e, consequentemente, contra todas as suas vítimas dos crimes os quais o jornalista denuncia. É preciso que uma campanha de caráter internacional seja iniciada, denunciando as arbitrariedades do imperialismo e desmascarando ainda mais sua política demagógica, demonstrando sua hipocrisia e exigindo a imediata liberdade de Assange.