Publicamos abaixo matéria do principal do Boletim Educadores em Luta, dos trabalhadores da Educação da Corrente Sindical Nacional Causa Operária, impulsionando a greve dos professores de São Paulo, contra a criminosa reabertura das escolas em plena pandemia pelos governos “científicos” de João Dória e Bruno Covas (ambos do PSDB), dentre outros.
Educadores em Luta está realizando reuniões diárias com professores de todas as regiões do Estado de SP, com a participação também de professores de outros Estados, para impulsionar a luta, contra a paralisia da burocracia sindical e de setores da esquerda que, inclusive, se opuseram à greve (como a ala da diretoria da APEOESP, ligada ao PSOL/Resistência e seus satélites).
Nesta terça a corrente também estréia um programa no canal Causa Operária TV, no Youtube. O programa Comando de Greve, vai ao ar – durante a greve – de segunda à sexta, a partir das 20h.
Nele serão apresentadas notícias diárias da greve, vídeos, informes das atividades das várias regiões e apresentadas as orientações da corrente para a mobilização combativa da categoria.
“Começou a greve
PARAR TODAS AS ESCOLAS CONTRA O CRIME DA VOLTA ÀS AULAS
Em assembleias por todo o Estado, dia 5, professores da rede estadual aprovaram greve contra a volta às aulas, imposta pelo governador genocida, João Doria, no momento que o Estado já tem cerca de 55 mil mortos e quase 2 milhões de infectados, em números oficiais, que todos sabem serem falsificados.
Com apoio da imprensa golpista, Doria encena uma vacinação, que – em todo País, não alcançou nem 2% da população, com apenas uma dose, de uma vacina que tem a mais baixa eficácia de todas, apesar de ser uma das mais caras.
Em apenas uma semana de planejamento presencial, foram apurados mais de 100 casos de contaminação nas Escolas. Há diretores, professores e funcionários das escolas estaduais infectados, alguns na UTI.
Até a imprensa tucana teve que reconhecer, parcialmente, o perigo. A Folha anunciou em manchete que:
“Sete escolas estaduais de SP têm casos de Covid-19 e não abrem para alunos.” (8/2/21)
Até mesmo em escolas particulares, que retornaram às aulas, houve infecções e algumas já suspenderam o retorno.
Querem que retornemos ao trabalho quando em várias regiões do Estado, as UTI’s estão com lotação de até 100% e quando se espalha pelo País uma nova cepa do vírus mortal, vinda de Manaus, para a qual não há nenhuma vacina ainda que tenha se mostrado eficaz.
No ano passado, o governo do Amazonas reabriu as escolas e, 10 dias depois, foram feitos testes com pouco mais de 500 educadores, dos quais 30% estavam infectados. Esta mesma política genocida mostrou resultados danosos até mesmo em países capitalistas desenvolvidos, como os Estados Unidos (470 mil mortos) e Reino Unido (113 mil mortos), governados pela direita. Aqui, com escolas em que faltam tudo (até luz e papel higiênico) e com o governo reduzindo o pessoal da limpeza e mandando álcool vencido para as escolas, a matança tende a ser ainda maior.
A posição dos governos que adotam essa medida, evidencia que – de fato -, por detrás das aparências, Doria, Covas e demais governantes que se dizem “científicos” têm a mesma posição de Bolsonaro: reabrir tudo para defender os interesses dos bancos e grandes capitalistas, entre eles os tubarões do ensino pago, que querem que tudo volte a funcionar, mesmo que isso provoque a morte de centenas de milhares de pessoas.
Em todo o País, professores, pais e estudantes em sua maioria percebem os graves riscos que estão sendo colocados e já são inúmeros os protestos contra essa medida nazista de reabrir as Escolas.
Em várias cidades, pressionados, prefeitos recuaram da abertura das Escolas, mas o governador, o prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB) e de muitas outras cidades, querem impor a volta e ainda ameaçam os professores, com desconto dos salários, mostrando que são tão ou mais ditadores do que Bolsonaro.
Mais do que nunca é preciso a unidade de toda a categoria na luta.
Parar todas as escolas. Decretar a greve também na rede municipal de São Paulo e de outras cidades.
Convocar o apoio dos estudantes, dos pais, de todos os sindicatos e organizações que estejam – de fato – do lado do povo trabalhador, que não vai ser atendido no Albert Einstein e ou no Sírio Libanês.
Para impulsionar a greve, é decisiva a formação de comandos de greve de base, como já se viu em todas as greves dos educadores do Estado e do Município, para conversar com os professores e a população e organizar a mobilização nas ruas, com os devidos cuidados sanitários, necessários neste momento.
Em todas cidades, organizar protestos junto às prefeituras e realizar uma grande Marcha ao Palácio dos Bandeirantes, contra o governo genocida, para exigir o fechamento das Escolas.
Doria ameaça os professores com o corte de ponto. É preciso radicalizar e decretar a paralisação de todo o trabalho remoto e que o mesmo só volte a ser feito mediante a suspensão total do trabalho presencial e com a devida negociação das condições pelos representantes dos trabalhadores, incluindo fornecimento de equipamentos e internet pelo Estado para todos os professores e estudantes.
Volta às aulas só com o fim da pandemia e com vacina para todos!
Fora Bolsonaro, Doria e todos os governos golpistas e assassinos, inimigos da Educação e da população.”