Pandemia desmascara burguesia

Pandemia leva Europa de volta aos lockdowns e protestos

Diante de nova onda de infecção por uma variante do coronavírus, medidas ineficazes voltam a ser adotadas, revelando a incapacidade da burguesia de resolver o problema da pandemia

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Com a iminência de novas restrições provocadas pela disseminação da variante do coronavírus, Ômicron, medidas radicais já adotadas anteriormente voltam a ser cogitadas, porém isso apenas reforça o que se observa desde o início da pandemia de Covid-19, a demonstração de inabilidade da burguesia mundial para lidar com um problema tão sério e ameaçador.

Enquanto a burguesia defendia que a economia não poderia parar, trabalhadores foram expostos ao risco e até mesmo vitimados, porque os patrões não queriam deixar de lucrar. Após a situação se agravar e se tornar insustentável, novas medidas drásticas para os trabalhadores foram tomadas.

Lockdowns sem planejamento e sem considerar os prejuízos para a classe trabalhadora foram sendo adotados sumariamente e, consequentemente, a conta foi sendo transferida sem piedade para os trabalhadores, que foram perdendo seus empregos e ficando dependentes de auxílio do governo, que não queria pagar.

Em quase dois anos desde o primeiro registro de Covid-19 no mundo, foram computados 274.648.166 de casos, sendo 5.353.858 (1,95% dos infectados) vítimas fatais. Desde 20-12-2020 já foram aplicadas 8.680.386.412 doses de vacina, sendo a América do Sul a região com maior porcentagem da população vacinada, apesar da dificuldade em adquirir as doses, 61% da população já foi totalmente vacinada (recebeu duas doses) e 14% foi parcialmente vacinada, com apenas uma dose. As informações são do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE, sigla em inglês) da Universidade Johns Hopkins (JHU, sigla em inglês).

No último dia 24 de novembro, em Joanesburgo, África do Sul, após o sequenciamento de genoma, revelou-se uma nova variante, a Ômicron, observada em todas as 77 amostras de vírus analisadas em Gauteng entre 12 e 20 de novembro. Segundo afirmação da Organização Mundial da Saúde (OMS), neste sábado (18/12) a variante ômicron do novo coronavírus já está presente em quase 90 países e se espalha mais rápido que a delta: o número de casos está dobrando no intervalo de entre 1,5 e 3 dias.

A velocidade de propagação da nova variante está fazendo com que países da Europa voltem a adotar medidas que, mesmo que usem o argumento de frear a contaminação, provocam inúmeros prejuízos à classe trabalhadora, os lockdowns.

No sábado (18/12), o governo da Holanda declarou lockdown. Todas as atividades não essenciais serão interrompidas até 14 de janeiro.  Mesmo com cerca de 74,6% dos holandeses completamente vacinados contra a covid-19 os hospitais operam sob pressão, e muitos serão incapazes de lidar com um novo fluxo de pacientes, devido à ômicron, afirmam especialistas.

No Reino Unido já foram registrados 25 mil casos da variante e o país adotou como medidas a antecipação do feriado de fim de ano para as escolas e restrição de horários de funcionamento de restaurantes e bares.  O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse nesse domingo que considera a imposição de novas restrições inevitável, uma vez que o sistema de saúde britânico está à beira do colapso.

Na Dinamarca o domingo começou com restrições de grande parte da vida pública, como fechamento de teatros, cinemas, zoológicos, parques de diversões e instalações esportivas. Além disso novamente restaurantes e bares terão o horário de funcionamento reduzido. Autoridades locais informam que as medidas se dão pelo aumento de casos de Covid-19 nas últimas semanas – só na sexta-feira, o país teve 12 mil novas infecções, um quinto delas de ômicron.

Na Espanha, o governo convocou uma reunião com os líderes de todas as regiões do país, para discutir medidas coordenadas que contenham a sexta onda de contágio da covid-19 no território espanhol.

Na Alemanha, o ministro alemão da Saúde, Karl Lauterbach, alertou contra uma “quinta onda maciça” de infecções pelo coronavírus, devido à rápida disseminação da variante ômicron. Ele completou dizendo que “a Alemanha deve se preparar para um desafio que ainda não tivemos nesta forma”.

Na Europa o índice de vacinação é bem menor do que o esperado, a região que ostenta altos padrões de vida vê seus governos burgueses terem gigantesca dificuldade política para contornar problemas relacionados com a pandemia como a baixa taxa de vacinação que acarreta sucessivas ondas de infecção e reinfecção, sobrecarga dos sistemas de saúde e penalização da classe trabalhadora que passa a enfrentar restrições e demissões.

A Alemanha enfrenta um dos principais e mais simbólicos dos problemas, a resistência de parte da população à vacinação. Milhares de pessoas que se opõem à vacinação contra a covid-19 e às políticas do governo alemão para conter a pandemia voltaram às ruas neste sábado (18/12) para protestar em várias cidades alemãs. Sob o lema “Tirem as mãos de nossas crianças”, cerca de 8 mil pessoas se reuniram em Hamburgo. Os protestos são contra a vacinação na faixa etária de 5 a 11 anos que começou esta semana no país europeu.

Alguns pais ainda estão céticos, enquanto os antivacinas também protestam contra uma possível introdução de imunização obrigatória no próximo ano e a exigência do passaporte vacinal para acessar vários lugares, como lojas, cinemas e restaurantes. Em Hanover, na Baixa Saxônia, o partido de extrema-direita a Alternativa Pra Alemanha (AfD, na sigla em alemão) convocou uma manifestação no parlamento estadual sob o lema “Acabar com a loucura 2G – liberdade para o país e os cidadãos”, reunindo cerca de 300 pessoas.

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