Menos de uma semana após Paulo Guedes ser chamado na chincha por Bolsonaro a apresentar resultados positivos na economia, uma série de medidas de aprimoramento da chamada microeconomia, ou seja, que beneficiam apenas alguns grupos específicos e não toda a sociedade, começa a sair do papel.
Outras medidas, como novas linhas de crédito com juros reduzidos, serão apresentadas ainda esta semana. Todas têm em comum o apelo popular. Já na noite de domingo, o governo sancionou a lei que deve dobrar o número de beneficiários do programa de tarifa social de energia, que garante desconto de até 65% na conta de luz e isenção da bandeira de escassez hídrica.
Além disso, nessa segunda-feira, aumentou os limites do Casa Verde e Amarela, programa que substituiu o finado Minha Casa Minha Vida criado pelo governo do PT para a baixa renda, e editou a medida provisória do Habite Seguro, programa habitacional subsidiado para agrado aos policiais, sua base principal de apoiadores.
Essas medidas pretendem ter um impacto eleitoral e ocorrem em meio à piora das expectativas econômicas. Bolsonaro, que ocupa o cargo apenas devido ao golpe eleitoral de 2018, com todas essas medidas, visa apenas as eleições do ano que vem. E nada dessas medidas demagógicas e eleitoreiras há de continuar existindo por muito tempo caso ele seja eleito.
É óbvio que o único interesse são as eleições, pois quem pode acreditar que Bolsonaro, seus ministros e o congresso que seu governo domina, têm algum interesse verdadeiro em resolver os graves problemas da miséria, da fome e do desemprego do povo pobre? Essas medidazinhas são meros paliativos que nada mais são do que esmolas para tentar melhorar a imagem de Bolsonaro com o eleitorado das camadas mais sofridas da sociedade. É compra de votos travestida de medidas econômicas.
A campanha eleitoral do governo ilegítimo já foi lançada oficialmente nos atos de 7 de setembro. Agora ele buscará distribuir dinheiro país afora para comprar voto. É só isso, não há ganho algum para a população. Pelo contrário, no início da pandemia, ele deu 1,2 trilhão para os bancos através do Banco Central, mostrando de que lado está. É dinheiro grosso para os bolsos dos banqueiros e migalhas para o povo. E assim mesmo, migalhas que são dadas apenas por causa das eleições próximas. É mais um estelionato eleitoral.