Imperialismo nazista

Os campos de concentração de um identitário americano

EUA mantém mais 15000 crianças em campos de concentração na fronteira com o México.

Em entrevista à Fox News nesta quinta-feira (25), o ex-presidente norte-americano Donald Trump disse que, nos abrigos estadunidenses da fronteira com o México, “um grande número de crianças vive uma cima da outra, na miséria”, destacando a situação como “horrível”. “Se crianças pequenas estivessem ao menos com os pais, mas, muitas vezes, não estavam. Nós cuidaríamos deles. O que estão fazendo agora é ultrajante. E eles deveriam terminar o muro” assinalou. Trump, em outro momento da entrevista, acusou os democratas de Washington de “destruir nosso país”. A imprensa do país aponta que, pelo menos, 15.000 (quinze mil) crianças desacompanhadas estão sob custódia dos EUA, e cinco mil são mantidas em instalações de proteção.

É necessário assinalar que esta política de contenção de imigrantes começou durante a gestão de Trump, ainda durante a construção do “Muro” com o México. Tentava então ele, na época, evitar a imigração ilegal no país, visto que considerava que os mexicanos “roubavam empregos dos americanos e só vinham ao país para cometer crimes”. Uma política demagógica que resultou em uma política eugenista que trouxe a implantação de campos de concentração (onde as crianças filhas de imigrantes estão agora). Não obstante, o atual presidente, Joe Biden, considerado “progressista” pela imprensa capitalista, fez absolutamente nada para acabar com a mesma.

Biden age através de uma política demagógica, se faz de “bom-moço” enquanto bombardeia países pobres do oriente médio e coloca crianças mexicanas em gaiolas num cristalino ato de genocídio. Um dos campos de concentração de imigrantes, locado em Tornillo, no Texas, nem ao menos permite visitas da imprensa ou de órgãos regulatórios, apesar de receber centenas de menores de idades todo mês. Como este, em pelo menos metade do Estado do Texas possui campos, devido à sua localização em relação ao país vizinho. Como se não fosse suficiente, empresas privadas como o Walmart e a Southwest Key Programs entraram no esquema e passaram a ceder suas instalações para receber imigrantes ilegais detidos. O governo supostamente planeja deter mais gente nas bases militares de El Paso, Abilene e San Angelo.

Foi no governo anterior que grande parte do oeste do Texas se transformou na nova linha de frente da guerra que o governo Trump declarou contra os imigrantes sem visto. E guerras fazem prisioneiros. Estima-se que cerca de 900 imigrantes adultos estão presos na cadeia do Condado de El Paso, por exemplo.

Em reportagem publicada pelo New York Times, o repórter Richard Parker, norte-americano, disse: Quando me aproximei do local, mais que depressa me mandaram “dar o fora”. O porta-voz da agência local do Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras afirmou não saber nada sobre o campo, que fica a alguns passos da porta dos fundos de seu escritório. O Departamento de Serviços Humanos e de Saúde não retornou meus telefonemas. Ao deputado democrata Beto O’Rourke, de El Paso, que organizou um protesto aqui no dia 17, informaram que terá que esperar duas semanas para ser ouvido; seu colega, Joe Kennedy III, de Massachusetts, foi simplesmente barrado”.

O acampamento imenso erguido em Tornillo, periferia de El Paso é rodeado por cercas de metal com arame farpado por cima, e está situado entre o rio Grande e a rodovia I-10. Como muitas outras instalações ao longo da fronteira dos EUA com o México. Entretanto, porém, se diferencia das demais. As outras, como o supermercado Walmart adaptado de Brownsville, equivalem a celas de espera, nas quais pais e filhos são separados e depois encaminhados para outros locais. Tornillo é literalmente um campo de concentração.

Porém, o republicano Will Hurd, cujo distrito inclui Tornillo, e a deputada estadual Mary Gonzalez, democrata que também representa o distrito, entraram enfim no local no ano passado. Em entrevista, Gonzalez descreve os detentos como garotos de 16, 17 anos, sendo que vinte deles dormem amontoados em cada barraca. A maior, próxima ao portão, serve de refeitório. Todas têm ar condicionado. “O lugar é habitável, mas, ao mesmo tempo, desumanizador”, descreve ela. Não podemos e não devemos, nunca, acreditar na política burguesa. Dar-lhe ouvidos é chancelar atitudes como a de Joe Biden: é garantir a política do genocídio do povo pobre.

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