Transferência de renda

O que significam os lucros bilionários de Santander e Google

Para alguém ganhar é preciso que outro perca. As grandes classes na sociedade, capital e trabalho, disputam para ficar com a maior parte do que é produzido, o mais forte vence.

O banco Santander Brasil encerrou o quarto trimestre de 2020 com lucro líquido de quase R$4 bilhões (R$ 3.958), 6,2% acima do quarto trimestre do ano passado. Também ficou acima do esperado pelos analistas que apostaram em R$ 3.716.

O balanço apresentado nesta quarta-feira, revela que houve diminuição do valor destinado a devedores duvidosos e aumento das receitas com tarifas. E que a carteira de crédito aumentou 3,6% no trimestre e a inadimplência ficou em 2,1%.

Ao mesmo tempo, outra empresa gigante, o Google, divulgou o faturamento que cresceu 22% em relação ao ano anterior, foram 46,2 bilhões de dólares. Tiveram receitas recordes com as compras pela internet, de final de ano, com o aumento das publicidades e apesar disso apresentaram perdas generalizadas com o setor de nuvem.

A Alphabet, controladora da Google, apresentou receita recorde de 56,9 bilhões contra 43,2 bilhões do ano anterior, em dólares. As unidades de publicidade tiveram alta de faturamento em quase 22% em relação ao ano anterior. Estas notícias foram reportadas pelo jornal Folha Uol.

E aí nós perguntamos, onde está a crise? Empresas batendo recorde de faturamento com tamanha crise econômica e pandêmica. Como é possível? A resposta está no tamanho e característica dessas empresas.

Como já alertado por V.I. Lenin, na virada do século XIX o mundo assistia a grande mudança no modo de operar das empresas no capitalismo. Com a concorrência, as empresas melhores equipadas e com maior composição de capital passaram a englobar as demais, por fusão, incorporação ou aquisição, formando os monopólios. Passam a controlar quase todas as fases da cadeia de produção e os preços do mercado. Esta é a fase imperialista do capitalismo.

A diminuição do número de concorrentes deixa os consumidores sem muitas opções e mesmo assim, os preços são formados pelos monopólios, ou seja, não há muito o que fazer para evitar a exploração acentuada e pela imposição de regras e preços relativos e generalizados em toda a economia. 

Esses monopólios são os que concentram a maior parte dos negócios no mercado, ficando com a maior parte da mais valia social. Para os restantes pouco sobra dessa mais valia.

Essa nova situação jogou por terra o livre mercado e a ideologia que o defendia, o liberalismo econômico. Passam a controlar não só a produção como também os estados nacionais pelo planeta, financiando golpes de estado, compra dos políticos e até assassinatos dos que não ficarem de joelhos perante eles e assim favorecer seus negócios.

Fazem parte dos monopólios os bancos, as empresas de tecnologia, as big tech’s, como o Google, Facebook, Youtube, Amazon e as multinacionais também do petróleo e energia, que são fundamentais para garantir a soberania dos países.

Por isso mesmo, com a crise da economia que vem desde 2008 aprofundada pela pandemia que piorou ainda mais a crise, assim mesmo essas empresas apresentam lucro acima da média e do esperado frente às crises.

Esses lucros estão relacionados à perda de direitos da classe trabalhadora, da inflação que volta a assustar a sociedade, tudo levando a transferência da renda dos trabalhadores, o setor mais pobre, para os mais ricos que são a classe burguesa com suas empresas monopolistas e imperialistas.

Por isso que assistimos por todo o planeta, a perda generalizada dos trabalhadores, de sua renda, emprego, medicina pública, aposentadorias, seguro desemprego e etc. É para garantir que os lucros dos monopólios e demais empresas continuem crescendo.

É essa a política da burguesia contra os trabalhadores, tirar tudo que puderem e deixando todos na mais completa miséria, inclusive com uso de violência pelos PMs dos estados se ousarem resistir ou simplesmente para intimidar.

Nada fazem para controlar a pandemia e, além da fome e miséria, tem que enfrentar a contaminação pelo vírus nos transportes públicos superlotados.

Se esse não é o pior sistema de produção dos bens e serviços que a humanidade já conheceu, qual será então? É pior até mesmo que o escravagismo. E não nos iludamos, esse ainda não é o fundo do poço, tem mais coisa ruim por vir.

Se a classe que produz tudo que é consumido na sociedade, os trabalhadores e suas organizações, não se mobilizarem em conselhos populares nas empresas, escolas, nos bairros, etc., criando uma pauta de reivindicações mínimas para viver dignamente, perderão ainda mais. O momento requer muita luta, a classe precisa ir para as ruas e só sair quando tiver conquistado toda sua pauta.

Infelizmente as lideranças dos trabalhadores estão em completa paralisia, sem se colocarem à frente da luta, organizando e impulsionando a classe para a luta evitando as perdas e indo em direção à ocupação do estado capitalista em prol do socialismo científico e libertário.

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