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Fome, genocídio, capitulação

O país na miséria e a revolução faz-de-conta do PSOL

A pequena burguesia acredita que o simbolismo de atos inócuos vai afetar, de maneira difusa, as mentes e ideais e, quem sabe, algum dia, venha a modificar algo na situação politica

Simbólico ou concreto? Atualmente, na esquerda, debates em torno de manifestações, lutas, pautas, construções de caráter não efetivo, mas simbólico, têm predominado, gerando diversas polêmicas entre a esquerda pequeno-burguesa e o Partido da Causa Operária. Num momento de acirramento da luta de classes, de destruição completa das condições de vida da população e de avanço da extrema-direita, essa questão assume caráter central, pois não há tempo a se perder com diversionismos, distrações, confusões.

BORBA GATO. Após ser chamuscada pelos identitários, estátua amanheceu manchada de tinta logo depois. Foto: Reprodução

Em primeiro lugar, é importante colocar o contexto em que o debate se dá. O governo do país foi derrubado por um golpe imperialista. Todas as medidas dos governos do Partido dos Trabalhadores para aliviar minimamente a vida do povo pobre foram revertidas. O pouco que havia de política de geração de empregos e fortalecimento econômico e industrial do Brasil foi despedaçado, as refinarias de petróleo, os complexos petroquímicos, os estaleiros e as grandes obras são sonhos distantes. Empresas públicas são consumidas pelo capital internacional, e viram pó. Os direitos trabalhistas já não existem na prática e pouco existem na lei escrita.

O golpe colocou, pela direitização política necessária para levar a cabo a derrubada do governo, à transferência da base de direita tradicional, para a extrema-direita fascista. As eleições que sucederam o golpe de 2016, em 2018, foram uma nova fraude, escancarada, com a prisão fraudulenta e proibição do candidato mais cotado, Luis Inácio Lula da Silva, de concorrer e, ainda mais que isso, o deixaram incomunicável. Em função dessa política, o conjunto dos golpistas, que engloba todas as principais instituições: ambas as casas do Congresso Nacional – Câmara e Senado, Supremo Tribunal Federal – STF e o comando das forças armadas, levaram à presidência um verdadeiro fascista, Jair Bolsonaro. A política de devastação, dessa forma, seguiu.

JORNAL EXTRA. População busca caminhões com restos descartados
para levar comida ao prato. Foto: Reprodução

A já catastrófica situação nacional piorou quando surgiu a pandemia do covid-19. Cortes na área da saúde foram a regra, inclusive durante a pandemia. A burguesia imperialista, controladora do governo, ordenou que morressem quantos fosse necessário, e o regime golpista acatou a ordem, levando centenas de milhares a mortes completamente desnecessárias por pura negligência e lucro. Um verdadeiro genocídio.

As privatizações, a destruição de setores de base da economia trouxeram uma inflação que galopa em direção às nuvens. O número oficial da inflação está em quase 10%, mas os aumentos que se vê são de 20%, 50%, 60% e até mais. O setor energético, base de toda a produção e do transporte, tem sido o mais afetado pela política de ataques do imperialismo, e carrega os preços de todos os produtos de necessidade básica da população às alturas. O salário, enquanto isso, não sofre reajuste, e o governo já confirmou que o salário mínimo não será aumentado nem o bastante para evitar as perdas, ou seja, nem pela fraudulenta taxa de inflação oficial.

Num cenário como esse, de miséria generalizada, a fome retornou com tudo à vida e aos noticiários. Já mais de 100 milhões de brasileiros passam fome. O quadro tende ainda a se agravar. O governo golpista busca agora emplacar uma reforma administrativa para desmontar o serviço público, gerando mais rebaixamento salarial e demissões, além de acabar com o que resta de atendimento à população. O rebaixamento dessa parcela em condição um pouco melhor da classe trabalhadora irá rebaixar não apenas ela, mas o conjunto dos trabalhadores no país, pois quando uma camada superior desce, quem já estava embaixo, desce também.

PSOL. O partido defendeu, até o último momento, a política do “fique
em casa”, fazendo coro com a burguesia. Foto: Reprodução.

Os trabalhadores, jogados ao desemprego e à informalidade, recorrem como podem à venda de produtos, se tornando comerciantes informais, numa situação que beira o desespero generalizado da população que agoniza Brasil afora. Por sobre isso, a repressão policial se intensifica. As mercadorias desses trabalhadores, totalmente desamparados, são confiscadas pelas forças de “segurança pública” da burguesia. Mesmo o pequeno fio a que o trabalhador se agarra para buscar sobreviver, é sumariamente cortado.

É nesse cenário que a esquerda pequeno-burguesa coloca a questão do simbolismo. Quando a população passa fome, você faz um ato simbólico, um passeio pela bolsa de valores. Quando o latifúndio mata os indígenas, quando a população indígena morre de fome, quando fazendeiros jogam sobre essas pessoas agrotóxicos, ou seja, veneno, quando mandam seus pistoleiros e a polícia assassinar covardemente a população indígena, a solução seria aprender a falar guarani, ou chamuscar a estátua de alguma figura que morreu 300 ou 500 anos atrás. Quando a polícia mata negros por todo o país, quando entra numa favela e mata 30 pessoas, a política da esquerda pequeno-burguesa não é fazer uma campanha pelo fim da polícia, nem pelo armamento dos trabalhadores para que possam se defender, não é organizar coisa alguma, é remarcar um ato para um lugar pior, menos visível e que vai aglutinar menos gente, porque lá tem uma estátua de Zumbi dos Palmares.

Essa brincadeira de faz-de-conta de revolucionário é algo para que os trabalhadores não têm tempo. As pessoas morrem de fome hoje, são assassinadas hoje, têm demandas hoje! A derrubada do regime golpista é urgente, é literalmente vital para parte muito expressiva da população pobre. Enquanto isso, a esquerda pequeno-burguesa pensa em como o simbolismo de atos inócuos vai afetar, de maneira difusa e diversa, as mentes e ideais e, quem sabe, algum dia, venha a modificar algo na situação política, talvez. Ao mesmo tempo em que brinca de “casinha revolucionária”, a esquerda pequeno-burguesa busca rifar o movimento popular em troca de cargos na burocracia estatal. Afinal, para toda essa brincadeira, é preciso que se mantenha um certo nível de conforto.

Pois que brinquem para lá! O Partido da Causa Operária funciona com o trabalho militante, todos os dias os militantes trabalham para levar à frente a luta política, o Partido dá luta exaustiva e incessante contra forças muito maiores que si, organiza milhares de pessoas. Buscam jogar nosso trabalho no lixo e manter o massacre da classe operária sob as botas da burguesia imperialista. No que depender de nossa campanha e organização, isso não vai à frente! Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula presidente, por um governo dos trabalhadores!

Junte-se aos blocos vermelhos nos atos por todo o país!

Filie-se agora e milite no PCO!

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