2021 foi um ano rico em acontecimentos. A proximidade das eleições e o aumento da polarização entre os principais campos políticos, esquerda e extrema-direita, tem obrigado aos centristas saírem de cima do muro e escolherem um lado.
Nesse quadro, a atuação de um partido revolucionário, de sua imprensa, torna ainda mais nítido o cenário político e deixa claro quem é quem, de que lado está e a quais interesses defende.
Para os oportunistas esse é o pior dos mundos, eles gostam de agir dissimuladamente, fingem lutar pelos interesses gerais quando, de fato, só estão tratando de si mesmos. Por esse motivo, a série de matérias editadas por este Diário, especialmente as que tratam das ‘relações perigosas’ entre o senhor Guilherme Boulos e um instituto com fortes ligações com a CIA, provocou um verdadeiro terremoto na imprensa progressista.
O DCO já vinha incomodando ao denunciar o identitarismo e seus reais objetivos como, por exemplo, ajudar a eleger um genocida como Joe Biden pintando-o de ‘esquerdista’ e de ‘mal menor’. Uma matéria com o título irônico de “Obrigado, Trump”, foi tomada ao pé da letra pelo editor da Revista Fórum, Renato Rovai, que jurou perante a cruz tratar-se de apoio efetivo, que o DCO defendia Trump. Não passou pela cabeça de Rovai que estaríamos, sim, agradecendo ao fato de a crise instalada por Donald Trump ter deixado o imperialismo nu, e com isso milhões e milhões de pessoas puderam tomar consciência do que é esse verdadeiro câncer social.
Fórum e DCM
A Fórum, do senhor Rovai, posteriormente acusou o PCO (!) de roubar celulares, entrevistaram uma senhora que acusava o Partido de agredir mulheres. Por acaso entrevistaram algum militante ou dirigente do PCO para ter a versão do outro lado? Não! Até uma criança sabe que isso é um erro primário no jornalismo. A menos, é claro, que não tenha sido erro, mas algo intencional, e nesse caso se trata mesmo de perseguição, calúnia e difamação.
A verdade é que o Diário do Centro do Mundo (DCM) não digeriu muito bem a matéria sobre Trump, disse que o título seria enganoso e cujo único objetivo seria aumentar o número de cliques (acessos) ao texto. Desde quando ser irônico é ser enganoso? Para o DCM, no entanto a gota d’água foram as matérias que desnudaram Guilherme Boulos.
Boulos: um político de laboratório
Há tempos que o PCO, tanto na imprensa quanto nas análises políticas, vinha sustentando que era muita suspeita a ascensão do Guilherme Boulos como ‘grande liderança’ da esquerda. Sua presença frequente na imprensa corporativa, mesmo como articulista da Folha de S.Paulo, era algo artificial. Boulos começou a ficar famoso e a ter visibilidade durante as manifestações do ‘Não Vai Ter Copa’.
Uma série de matérias publicadas pelo DCO estremeceu a esquerda. Nessas matérias, que trazem apenas dados públicos, disponíveis na Internet, mostrou-se que Guilherme Boulos trabalha para uma instituição chamada IREE, de propriedade de Walfrido Warde, um antigo amigo e empresário financiador de Boulos. O IREE tem ligações com a Global Americans, uma think tank americana que conta em seus quadros figuras como o traidor Lenín Moreno. A Global Americans, por sua vez, tem ligações com o NED, que é, digamos, a ‘face pública’ da CIA. O IREE, que Boulos afirma ser uma entidade plural, tem no seu staff pessoas como Raul Jungmann, Leandro Daiello e Sérgio Etchegoyen, figuras centrais no golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff.
Kiko Nogueira, dono do DCM, ficou possesso, chamou Boulos para uma live na qual tentava ridicularizar as revelações do DCO. No chat, porém, os espectadores começaram a questioná-lo sobre essas questões e cobravam uma explicação. Guilherme Boulos se limitou a dizer que seríamos malucos. Kiko Nogueira passou a agredir a audiência, mandou tomar naquele lugar, beber água de privada… um show de horrores escatológicos.
Toda essa gritaria não adiantou, o tema por nós levantado virou trend topic no Twitter. A gritaria de um lado, e o silêncio total de setores da esquerda, mostraram que o míssil atingiu o alvo em cheio. Até agora Boulos não explicou, na verdade admitiu, nem teria como negar, que trabalha no mesmo lugar que essas figuras sinistras. Aliás, o Instituto Prerrogativas, que tem ligações com o IREE, foi quem articulou o jantar entre Lula e Alckmin.
Não demorou muito e outro bomba atingiu o Guilherme Boulos, uma pesquisa detalhada, publicada no Twitter na conta de @Gringa Brazilien (agora neste link) mostrou que o movimento Não Vai Ter Copa, que o lançou como liderança, teve o financiamento, por exemplo, da Fundação Ford, uma fachada da CIA. Como ela mesma diz, esse movimento foi, pelo em parte, planejado e financiado por ONG’s estrangeiras. Em outras palavras, um verdadeiro escândalo que entidades estrangerias interfiram na nossa política, o que torna ainda mais grave o silêncio/conivência de setores inteiros da esquerda.
Tanta gritaria para quê?
O que incomodou no jornalismo investigativo foi ter posto às claras que existe um conluio entre a esquerda frente-amplista e o imperialismo para sabotar a candidatura de Lula para 2022. Desde tentativas de tirar o vermelho das ruas, de trazer para as manifestações Ciro Gomes e o PSDB, ou seja, transformar os atos em comícios da Terceira Via, até jantares arranjados em restaurantes finos com golpistas democráticos, tudo isso vem sendo desmascarado.
Na tentativa de caluniar o PCO e este Diário, a esquerda reacionária acusou o golpe e vê que seus planos estão comprometidos. Para nós, é satisfatório comprovar que um trabalho militante, revolucionário, é crucial para o desenvolvimento e para luta da classe trabalhadora contra seus inimigos, sejam eles declarados ou dissimulados.