Nesta última quinta-feira (29), o galpão com o acervo da Cinemateca Brasileira, localizado na Vila Leopoldina foi reduzido a cinzas, graças a um incêndio ocasionado pela alta combustividade do material dos filmes ali armazenados, evidenciando o gigantesco descaso do governo federal com essa instituição, que está sob sua gestão. A tragédia foi tão grande que nada do acervo pôde ser resgatado do fogo. Já está claro para todos que foi algo criminoso, tendo em vista que os funcionários da Cinemateca e defensores da preservação do cinema nacional alertavam para o risco de incêndio há muito tempo. A Cinemateca se encontrava totalmente abandonada pelo governo, sem nenhum funcionário trabalhando no galpão.
A reação do governo ao incêndio foi condizente com a sua linha política. Depois de tudo estar perdido, a secretaria especial de cultura do governo Bolsonaro publicou um edital para selecionar uma entidade privada para futuramente gerir as atividades do órgão. Anteriormente, já havia estava nas mãos da Instituição Roquete Pinto, que rompeu o contrato e largou a Cinemateca às moscas. Provando que a privatização desses órgãos não serve de nada.
No entanto, a Cinemateca não foi a primeira e nem será a última vítima da política neoliberal, que dia após dia, bota abaixo a economia e a cultura nacional, numa implacável ação destrutiva, e que está longe de poder ser considerada acidental.
Em 2018, sob a gestão do golpista Michel Temer, veio abaixo o Museu Nacional no Rio de Janeiro. O Museu possuía um acervo de mais de 2 milhões de ítens, que demarcavam cerca de 200 anos de história. O incêndio veio após avisos ao longo de anos deu que havia um problema na segurança do Museu contra o fogo. Praticamente todo o acervo do Museu Nacional foi perdido.
Também é importante deixar claro que não são apenas as gestões de Bolsonaro e Temer que permitem que o fogo consuma as instituições históricas pelas quais são responsáveis. Em 2015, o Museu da Língua Portuguesa, administrado pelo governo do estado de São Paulo e localizado na capital paulista, também sofreu com um incêndio que o deixou de portas fechadas por seis anos. Sua reinauguração ocorreu, coincidentemente, neste sábado (31).
A Catedral de Notre Dame, localizada em Paris, capital da França, um dos principais países imperialistas do mundo, também sofreu com essa política do neoliberalismo. Em 2019, um dos principais monumentos históricos do mundo sofreu um incêndio violentíssimo, que começou no telhado do edifício e se espalhou posteriormente para o resto da estrutura.
Esses incêndios não são acidentes ou casos isolados, trata-se de uma política da burguesia de conjunto, que está rapinando todas as economias nacionais, em prol de manter seus lucros e ocasionando tragédias como a vista na Cinemateca ao redor do mundo todo.