O quadro das mulheres é cada vez mais desastroso dentro do capitalismo e sobretudo nas mãos dos governos de direita, é o que vemos acontecer desde o golpe de 2016 com os constantes ataques que fazem as condições de vida das mulheres e da classe trabalhadora como um todo ainda piores. As mulheres são um setor normalmente mais atacado, e não é diferente para as mulheres grávidas que mesmo sem pandemia já sofriam para ter suas necessidades atendidas.
Na verdade quanto mais vulnerável o estado da mulher por qualquer motivo que seja, como a gravidez, mais sofrerá os impactos das políticas da direita contra o povo, como ficou bastante claro com a pandemia de coronavírus que já passa seu primeiro ano sem nenhuma perspectiva de superação, muito pelo contrário as mortes só aumentam e as medidas para enfrentar a crise sanitária de uma forma eficaz para toda a população estão cada vez mais distantes das prioridades do estado burguês.
Já em 2020, com menos de um ano de pandemia no Brasil, os dados revelavam a grave situação enfrentada pelas mulheres grávidas e puérperas infectadas com o coronavírus, estudo publicado em julho de 2020 pela International Journal of Gynecology and Obstretics constatou o índice alarmante de que a cada 10 mulheres grávidas e puerpério mortas por covi-19, 8 eram brasileiras. O que evidentemente não é um acaso, uma fatalidade, e sim resultado das políticas adotadas pela direita brasileira para as mulheres em geral, na saúde ou em qualquer área. É uma política de verdadeiro abandono e que não vai além da demagogia, sem nenhuma iniciativa real de superação dos problemas concretos enfrentados pela mulher, o que é mais do que esperado vindo da burguesia inimiga das mulheres.
Em 2021 a situação não é melhor, afinal a postura da direita não mudou e na verdade tem avançado para o desastre geral na pandemia onde quem sofre são os trabalhadores e setores mais oprimidos, como as mulheres. Uma nova pesquisa divulgada na última semana pelo Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 deu conta de que as mortes entre as mulheres no grupo das grávidas e no pós parto triplicaram em relação ao mesmo período em 2020. Em um intervalo de 16 semanas a média de mortes destas mulheres em 2020 era de 10,16, já em 2021 a média explodiu para 30,88, sendo as mortes decorrência sobretudo da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionada ao covid-19.
Os dados demonstram que comparado a 2020 houve um aumento de 81,42% entre os óbitos e o total de mulheres grávidas e no pós parto infectadas. Outro dado que chama atenção é que muitas mulheres sequer conseguiram atendimento médico, uma a cada quatro mulheres mortas por este quadro não conseguiu nem mesmo ser internada para tratamento. No total, desde o início da pandemia no país há registro de 10.818 destas mulheres que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave e 62,73% dos casos aconteceram apenas em 2021. Mesmo assim, as mulheres grávidas sequer estão como prioridade para vacinação, apenas as que apresentarem comorbidades.
As mulher por serem relegadas a níveis ainda mais cruéis de exploração são ainda mais afetadas por todas as mazelas sociais geradas pelo capitalismo, desde desemprego e falta de moradia até fome e morte pela pandemia, e mesmo grávidas perecem nas mãos daqueles que se dizem a favor da vida quando se trata de controlar o direito de escolha das mulheres ao aborto mas que uma vez grávidas largam estas mulheres e seus filhos para viver nas piores condições possíveis.