No dia 03 de agosto, a chamada Bancada Ruralista na Câmara de Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 2633/20 de autoria do deputado federal Zé Silva (Solidariedade) e de relatoria do deputado Marcelo Ramos (PL), que institucionaliza e incentiva o processo de grilagem de terra, ou seja, a entrega de inúmeras terras aos latifundiários e a aplicação de um incentivo da política de grilagem.
Foram 296 votos a favor e 136 contra. PSDB, PSD, PTB, PODEMOS, CIDADANIA votaram a favor do PL, enquanto PDT e PSB tiveram deputados favoráveis à aprovação do regime de urgência da medida.
Entre diversas coisas, a PL pode fazer com que até 50 milhões de hectares de terras somente da Amazônia Legal parem nas mãos dos latifundiários. Além disso, cerca de 25% das terras do país que pertencem à União podem ter o mesmo destino. Outro ponto de grande importância é que a PL permite a regulação de até 2.500 hectares de uma área por valores ínfimos por autodeclaração, ou seja, sem nenhum tipo de fiscalização de órgãos oficiais do Estado.
A PL é clara como a luz do dia. São inúmeras medidas que aprovam abertamente um favorecimento enorme dos latifundiários, enquanto colocam as inúmeras comunidades de sem-terra, indígenas e quilombolas em mais perigo do que aquele ao qual já se encontram com a situação atual. É evidente a possibilidade de aumento da violência no campo — essa já tem uma grande proporção no Brasil e, com a legalização de invasões das terras públicas, surge também a “necessidade” de retirar aqueles que vivem na área, seja de que forma for, ou seja, com repressão.
Além do âmbito federal, os estados também estão trabalhando para fazer este projeto andar: Rondônia e Pará, por exemplo, seguem essa política, e já possuem o histórico de serem estados com altos índices de violência e destruição de recursos naturais, quando comparados aos outros estados brasileiros.
O governo Bolsonaro, com apoio da direita latifundiária golpista, está liquidando com a terra no Brasil, assim como com os povos que fazem uso deste espaço. Nesse cenário, a mobilização é de extrema importância para a população. Com base nos fatos citados acima, fica claro que a esquerda não pode ficar a reboque da direita, pois estes são representantes e porta-vozes da burguesia, atendendo apenas aos seus interesses, não aos do povo.
A mobilização, com a participação da esquerda organizada e unificada, em conjunto com os trabalhadores do campo e da cidade, com os estudantes e com todo o povo pobre brasileiro, é a única saída para a derrubada de Bolsonaro e toda sua corja golpista. É também a única saída para a reversão dos projetos de Bolsonaro, que contém participação do dito “centrão”, um claro inimigo do povo.
É por isso que os trabalhadores sem-terra precisam se mobilizar. Os movimentos de luta pela precisam ser organizados, retomando as ocupações de terras e tomando as ruas, comparecendo em massa nas próximas mobilizações, particularmente na próxima manifestação, que ocorrerá no dia 18 de agosto. A luta pela terra reúne milhares de pessoas no Brasil inteiro, e é de extrema importância para a luta pelo Fora Bolsonaro e pelas outras diversas reivindicações populares.