O Metropolitan Museum of Art (Met), museu de Nova York, registrou um déficit anual de US $150 milhões de dólares. A situação é tão grave que o museu cogita a venda de algumas obras de arte para fazer caixa, para ajudar na manutenção de seu acervo e cuidar de toda sua enorme coleção de mais de 2 milhões de obras, divididas em 17 departamentos.
A instituição estuda a venda de obras do acervo para cobrir custos e pagar as dívidas. Segundo o jornal The New York Times, o museu começou conversas com casas de leilão e curadores sobre o assunto.
“Este é o momento em que precisamos manter nossas opções em aberto. Nenhum de nós tem uma perspectiva completa de como a pandemia vai se desenvolver e seria impróprio não considerar isso, quando ainda estamos nessa situação nebulosa”, disse Max Hollein, diretor do Met, em Nova York.
Responsável pelo acervo que dimensiona o poderio global dos Estados Unidos, Hollein também alertou sobre a situação e já declarou ter iniciado os contatos preliminares com leiloeiros e curadores para se desfazer de algumas peças.
Seguindo o mesmo caminho do Metropolitan, outros museus americanos tentaram se desfazer de obras nos últimos meses. O Museu do Brooklyn, por exemplo, arrecadou U$31 milhões de dólares com vendas em leilões nos EUA e na Europa. O Museu de Baltimore seguia o mesmo caminho e pensava arrecadar U$65 milhões com o leilão de três telas, incluindo uma Santa Ceia, de Andy Warhol, mas o evento foi cancelado.
No Brasil, houve o caso do Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio, que se desfez, em 2020, do quadro “N°16”, de Jackson Pollock, por um valor estimado de U$13 milhões de dólares. A venda foi mal calculada, no caso do MAM, pois o “N° 16” chegou a ser avaliado em U$ 25 milhões de dólares e era o único quadro do artista na América do Sul.
Segundo Regina T. de Barros, que é historiadora da arte, isto é uma pirataria contra as galerias de arte:
“Se o propósito de um museu é colecionar, conservar e exibir arte, vender uma obra é uma espécie de traição” denuncia.
Ou seja, um dos maiores símbolos da civilização americana está enfrentando uma enorme e complicada crise econômica. Reflexo de decadência total do imperialismos, a fase do capitalismo monopolista, a medida significa um ataque contra a cultura mundial.
Os governos norte-americanos estão deixando um espaço importante cair aos pedaços, usando a pandemia como principal agravante da crise, sendo que na verdade o episódio é resultado do descaso dos governos que dominam diante desse sistema falido salvam os bancos e acabam com a cultura.